terça-feira, 18 de junho de 2019

Como garantir o sucesso de um programa de emagrecimento?


A velocidade das respostas com que nosso corpo gerencia a queima ou o estoque de gordura, é prioritariamente desencadeada pelo grau de funcionamento de nosso metabolismo. Em outras palavras, nosso corpo funciona melhor quando os diversos setores de nossos sistemas orgânicos interligam-se de uma forma eficiente. Ou seja, quando nossos hormônios estão funcionando adequadamente junto de nossas respostas de neutralização dos danos provocados pela ferrugem e inflamação do oxigênio ou de outros agentes nutricionais deletérios, podemos presumir que a utilização e/ou absorção dos substratos energéticos serão consequência do quanto nosso corpo funcionará através da integração desses múltiplos sistemas. Isso é o que justifica a necessidade de incorporar hábitos de vida saudáveis pro resto de nossas vidas. A partir dessa condição é que conseguiremos programar adequadamente o funcionamento de nosso metabolismo e consequentemente iremos aumentar a eficiência da queima de gordura tanto em poucos dias ou após muitos anos.

Mas como conseguir deixar nosso metabolismo suficientemente ativado para desenvolver um funcionamento ótimo que permita a eficiência da queima de gordura, ganho ou manutenção da massa muscular e através dessa condição alcançar o emagrecimento?

A organização e alinhamento dos diversos fatores com sua individualidade biológica e hábitos de vida, são a melhor forma de encaixar de maneira prazerosa, todos os bons hábitos que irão melhorá seu metabolismo.  Entretanto, para que isso aconteça é importante alinhar a mentalidade a prática de exercícios físicos e alimentação. Ambos, realizados inteligentemente de acordo com seu estilo de vida.

No artigo recentemente publicado no International Journal of Endocrinology and Metabolic Disorders, Santiago Paes e Renato Biachinni, sintetizam as principais estratégias responsáveis pela garantia do sucesso de qualquer programa de emagrecimento. São aspectos importantes e fundamentais, que de forma simples e orientado por profissionais de educação física, nutrição, psicologia, medicina entre outros, aumentam as chances de sucesso no que tange a redução do peso corporal e percentual de gordura e ganho de massa muscular.

1. Entender o processo do ganho de peso: muitas vezes os profissionais acham que somente o aumento do consumo alimentar e diminuição do gasto energético, ambos diário, são os principais responsáveis por isso. Existem inúmeros fatores que podem estar atrelados a isso: tipo de nutriente ingerido, grau de inflamação e sensibilidade desse nutriente em expressar proteínas via transcrição gênica (determinados açúcares, como lactose e alguns tipos de gordura), flora intestinal, entre outros.

2. A prática de exercícios físicos, é capaz de aumentar a taxa metabólica e consequente gasto de energia. Entretanto, existem diversas formas de otimização desse gasto através da manipulação das cargas e formas de se praticá-la, é importante ser orientado por um profissional de educação física.

3. O ganho de massa muscular, é essencial para aumentar a taxa metabólica de repouso, pois o músculo é o nosso tecido (muscular) mais metabolicamente ativo. Dietas restritivas, tem maior eficiência quando conjugadas com esse tipo de exercício físico.

4. Os aspectos psicológicos, são fundamentais para que a aderência ao programa de emagrecimento, seja assimilado, e como tempo transforme-se em hábito, isso é umas das tarefas mais difíceis a ser conquistadas, pois você comerá e se movimentará até o término de sua vida, ou seja, mudar um comportamento previamente adquirido é a chave do sucesso.

5. Metas pequenas e alcançáveis devem ser traçadas: a perda de peso deve ser gradual e acompanhada da modificação da morfologia corporal, são elas que vão mostrar ao seu hipotálamo que seu corpo está se adaptando e trabalhará num ritmo metabólico diferente. O chamado set point, é a forma que seu corpo desenvolveu para mediar o controle e modulação da atividade de diversos hormônios reguladores do metabolismo. O efeito sanfona, acontece quando a regulação desse controle não acontece ou a perda de peso é tão rápida que o corpo não consegue detectar essa nova realidade, e busca “trazer você” para aquele peso que antes apresentava.

Referências 

Paes, S; Biachini, R; Mendonça, V. Fatores que influenciam o emagrecimento. Grupo Citius. 2018.

Paes, S. T.; Bianchini, R. M. Obesity: how can interventions ensure treatment success. International journal of endocrinology and metabolic disorders. v.1, n.4, 2015.


sábado, 15 de junho de 2019

Treinamento funcional


O corpo humano é projetado para funcionar como uma unidade, com os músculos sendo ativados em sequências especifica para produzir um movimento desejado. Em cada movimento, vários músculos estão envolvidos e todos eles realizam uma função diferente. O sistema nervoso central (SNC), além de diferentes funções motoras, é responsável pela ativação muscular e programado para organizar esses movimentos. Através de diferentes sinais enviados ao SNC, partindo da pele, das articulações e dos músculos, são detectados detalhes sobre a posição de cada parte do corpo em relação ao ambiente proposto e as outras partes corporais, a velocidade do movimento e o ângulo articular.

Com esse propósito, o Treinamento Funcional foi criado nos Estados Unidos por diferentes autores desconhecidos e, vem sendo muito bem difundido no Brasil, ganhando inúmeros praticantes. Tem como princípio preparar o organismo de maneira íntegra, segura e eficiente através do centro corporal, chamado nesse método por CORE.

Vários dos objetivos desse método de exercício representam uma volta à utilização dos padrões fundamentais do movimento humano (como empurrar, puxar, agachar, girar, lançar, dentre outros ), envolvendo a integração do corpo todo para gerar um gesto motor específico em diferentes planos de movimento. Um exemplo contrário a esse método é o trabalho isolado do corpo para gerar um gesto motor específico, como visto na musculação tradicional.

Essa visão abrangente permite que o Treinamento Funcional atinja o objetivo de controlar o sistema músculo-esquelético, sem abrir mão do aperfeiçoamento do sistema sensório-motor e proprioceptivo, geralmente esquecido pelos treinamentos convencionais. Além disso, a postura do corpo humano é controlada diretamente através destes órgãos sensitivo, que tem entre suas principais funções, a regulação do equilíbrio e a orientação do corpo no ambiente. No entanto, esse treinamento visa aprimorar ou resgatar a eficiência do movimento humano para atividades do cotidiano.

Utilizando uma correta e planejada periodização e respeitando a individualidade biológica e a especificidade objetivada de cada um dentro dos princípios do treinamento desportivo, os movimentos que compõem o Treinamento Funcional, realizados sobre uma biomecânica corporal correta, claramente poderão trazer os benefícios desejados pelo praticante, seja este um atleta, um indivíduo fisicamente ativo ou uma pessoa sedentária que deseja ingressar na atividade física.

Utilizando aparelhos alternativos ou acoplados aos aparelhos de musculação, exigirão de maneira mais significativa dos proprioceptores corporais para a execução das atividades. Contudo, os exercícios podem ser realizados com o peso do próprio corpo, cabos, elásticos, pesos livres, base de suporte instável e reduzida, medicine balls, bolas suíças, trazendo benefícios mais significativos à capacidade funcional do corpo. São exercícios bastante motivacionais e desafiadores, onde o indivíduo que segue esse método, acompanhado de um instrutor capacitado, graduado em Educação Física, tem a possibilidade de alcançar a funcionalidade corporal natural de seu organismo, além de “gerar” um corpo saudável e bem condicionado. Porém, para o efetivo resultado do Treinamento Funcional é indispensável o empenho e a dedicação do indivíduo.

O programa de exercícios funcionais traz vários benefícios tanto ao corpo como também à mente. Vejamos alguns dos muitos benefícios do método:

>> Desenvolvimento da consciência sinestésica e controle corporal;
>> Melhoria da postura;
>> Melhoria do equilíbrio muscular;
>> Diminuição da incidência de lesão;
>> Melhora do desempenho atlético;
>> Estabilidade articular, principalmente da coluna vertebral;
>> Aumento da eficiência dos movimentos;
>> Melhora do equilíbrio estático e dinâmico;
>> Melhora da força, coordenação motora;
>> Melhora da resistência central (cardiovascular) e periférica (muscular);
>> Melhora da lateralidade corporal;
>> Melhora da flexibilidade e propriocepção;
>> Dentre outras qualidades necessárias e indispensáveis para a eficiência diária e esportiva.

Vale à pena lembrar que uma avaliação física funcional prévia deve ser realizada para que se possam saber quais destas qualidades e quais os padrões de movimentos necessitarão de mais atenção na prescrição dos programas de exercícios, e assim, serem estimuladas corretamente.

Referência

MONTEIRO, A.; CARNEIRO, T. Treinamento funcional. Link: http://www.posugf.com.br/