sexta-feira, 21 de março de 2014

Reabilitação Cardíaca: uma abordagem multidisciplinar


Segundo a Organização Mundial da Saúde, reabilitação cardíaca é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva1.
Há quatro décadas, quando esta definição foi estabelecida, os pacientes acometidos de infarto do miocárdio apresentavam grande perda da capacidade funcional, mesmo após serem submetidos ao tratamento daquela época, que implicava até 60 dias de repouso no leito. Por ocasião da alta hospitalar, os pacientes encontravam-se fisicamente mal condicionados, sem condições para retornar às suas atividades familiares, sociais e profissionais. Os programas de reabilitação cardíaca foram desenvolvidos com o propósito de trazer esses pacientes de volta às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática do exercício físico, acompanhada por ações educacionais voltadas para mudanças no estilo de vida2.
Atualmente, as novas técnicas terapêuticas permitem que a maioria dos pacientes tenha alta hospitalar precocemente após infarto, sem perder a capacidade funcional. Excluem-se desta condição os pacientes com comprometimento miocárdico grave e instabilidade hemodinâmica, distúrbios importantes do ritmo cardíaco, necessidade de cirurgia de revascularização miocárdica ou outras complicações não-cardíacas2.
Nos últimos anos, foram descritos inúmeros benefícios do exercício regular para portadores de cardiopatia, além da melhora na capacidade funcional2.
Além de dar ênfase à prática da atividade física, os programas de reabilitação cardíaca também envolvem outras ações desenvolvidas por profissionais das áreas de enfermagem, nutrição, assistência social e psicologia visando modificar outros aspectos que contribuem com a diminuição do risco cardíaco de forma global 3,4.
O paciente e, eventualmente, membros de sua família, recebem informações sobre a fisiopatologia da doença cardíaca, os mecanismos de ação das drogas em uso, a relação da doença com a atividade física diária e as possíveis implicações na sua vida sexual e profissional. Quando necessário, os hábitos alimentares e aspectos nocivos do estilo de vida são reformulados, com especial ênfase na cessação do tabagismo. As intervenções psicológicas também devem ser consideradas, visando ao controle do estresse, o que pode ser obtido por meio de técnicas de relaxa- mento, terapia de grupo e tratamento da depressão2.
Os pacientes que aderem a programas de reabilitação cardíaca apresentam inúmeras mudanças hemodinâmicas, metabólicas, miocárdicas, vasculares, alimentares e psicológicas que estão associadas ao melhor controle dos fatores de risco e à melhora da qualidade de vida. Nos pacientes portadores de cardiopatia isquêmica e de insuficiência cardíaca, a reabilitação cardíaca reduz as mortalidades cardiovascular e total. Somado a esses benefícios, os programas de reabilitação cardíaca, quando adequadamente conduzidos, são seguros e muito custo/efetivos, devendo ser oferecidos a todos os pacientes2.

Referências

1. Brown RA. Rehabilitation of patients with cardiovascular diseases. Report of a WHO expert committee. World Health Organ Tech Rep Ser. 1964; 270: 3-46.

2. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes de Reabilitação Cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia.  2005; 84(5): 431-39.

3. Canadian Association of Cardiac Rehabilitation. Canadian guidelines for cardiac rehabilitation and cardiovascular disease prevention. 1st ed. Winnipeg, 1999.


4. Stone JA, Cyr C, Friesen M, Kennedy-Symonds H, Stene R, Smilovitch M. Canadian guidelines for cardiac rehabilitation and atherosclerotic heart disease preven- tion: a summary. Can J Cardiol. 2001; 17: 3B-30B.

sábado, 15 de março de 2014

Catabolismo e Anabolismo


Catabolismo = “destruição”

O catabolismo envolve processos metabólicos que implicam na “quebra” de substâncias complexas em substâncias mais simples. Abrange também a quebra de energia e a produção de nutrientes, a liberação de energia livre e elétrons e as suas transferências acopladas para as moléculas intermediárias (glicose, aminoácidos e ácidos graxos) e a formação de pouca energia e produtos.
As moléculas intermediárias podem ser usadas de uma maneira controlada e reguladas para fornecerem a energia livre necessária às reações do anabolismo.

Substância Complexa

Substância Simples
Glicogênio
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Glicoses
Proteína
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Aminoácidos
Triglicerídeo
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Ácidos graxos

Anabolismo = “construção”

O anabolismo envolve processos metabólicos que implicam na construção de moléculas a partir de outras, ligações covalentes de elétrons, prótons e pequenas moléculas para produzir moléculas maiores (glicogênio, proteína e triglicerídeos).  
A energia livre é necessária na construção de novas e/ou maiores moléculas e isso ocorre devido ao aumento do calor e da entropia liberada pelo catabolismo. A síntese de glicogênio, a síntese protéica, a síntese de triglicerídeos e a síntese de hormônios são exemplos de reações anabólicas.

Substância Simples

Substância Complexa
Glicoses
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Glicogênio
Aminoácidos
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Proteína
Ácidos graxos
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Triglicerídeo



Interação entre catabolismo e anabolismo


Muitas das reações catabólicas e anabólicas ocorrem juntas. Uma maior estimulação para a catabolismo aumenta-o e reduz o anabolismo, e vice versa, pois funcionam em equilíbrio dinâmico.
As reações que ocorrem no músculo esquelético durante o exercício são, em sua maioria, catabólicas. Na recuperação do exercício predominam os processos de síntese.

Referência Bibliográfica

NAVARRO, F. Bioquímica e Bioenergética aplicada ao Exercício: Apostila da Pós-graduação Lato Sensu em Fisiologia do Exercício e Prescrição do Exercício. Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro. 2012. 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Importância do sono e seus benefícios para quem pratica musculação


Durante o sono ocorrem importantes eventos em nosso corpo, liberação de importantes hormônios, descanso, liberação da fadiga muscular e a reconstrução muscular. Saiba como otimizar os seus ganhos, se alimentando corretamente antes de dormir.
Ao contrário do que muitos pensam o corpo não cresce durante o treino, é justamente o contrário, durante o treino ocorre a “destruição” muscular, mas é o único jeito de gerar estímulos para o corpo crescer e se adaptar.
Durante o restante do dia o seu corpo irá lutar com todas as forças para reconstruir a massa muscular "danificada” durante o treino, e isto só ocorrerá se você fornecer a “argamassa”, ou seja, os nutrientes necessários para a reconstrução muscular, a cada reconstrução ocorrerá a hipertrofia muscular, o seu músculo estará cada vez mais apto e forte para aguentar os estresses do treino e assim de uma forma resumida, ocorre o ganho de massa muscular.
E o sono é o horário onde ocorrerá mais reconstrução muscular do que no dia inteiro, se não houver uma alimentação adequada antes de dormir, você corre o risco de perder massa muscular durante 8 horas seguidas ou mais, e os seus esforços na academia serão em vão.
Uma palavra: proteína. Estamos cansados de saber que a proteína é o nutriente essencial para a reconstrução muscular, é através dos aminoácidos das proteínas que ocorrerá o processo de reconstrução e aumento do músculo "danificado". O que não pode faltar na refeição que antecede o sono é proteína.
Você pode optar por uma refeição sólida que é extremamente útil nesse caso, pois sólidos demoram muito mais para serem digeridos quando comparados com refeições líquidas, assim mantendo uma absorção gradual dos nutrientes durante a noite inteira, um exemplo de refeição ideal antes de dormir é 200g de peito de frango, sem pele e osso. A cada 100g de frango, contem cerca de 24g de proteína, seria quase 50g de proteína antes de dormir, o que é uma quantia ótima para manter o corpo abastecido durante a noite inteira.
Mas para aqueles que têm a vida corrida e não tem a possibilidade de fazer uma refeição sólida antes de dormir, nos restam os suplementos. Dê preferência às proteínas de lenta absorção, como: albumina e caseína. Para fazer com que a absorção seja mais gradual ainda, pode-se utilizar azeite de oliva extra virgem ou castanhas, ambos contem ácidos graxos essenciais, que retardam a absorção da proteína e de quebra ajudam na liberação de importantes hormônios como a testosterona e o hormônio do crescimento.
Misture o pó proteico com leite desnatado que também é rico em proteína, em seguida tome uma colher de azeite extra virgem ou coma de 3 a 5 castanhas.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkqO_6GX4hRotfCKfiKXJ6FQkgwzCLKM7jy9FMxtIIr33EEZmGXos45b2fBLVF1ayVkkdRBsQjiDms-hHn2yqjR92ova7DvDkQEoWDTX6V1ZC51bQMauwmdfGOfIPAPG0Oqrka97cL4OI/s1600/saudeja_blog_sono_17-09.jpg
E principalmente cuide do sono. Treze dicas rápidas e definitivas para melhorar seu sono e consequentemente seu anabolismo:
1 - Procure evitar fazer refeições pesadas ao aproximar-se do horário de dormir;
2 - Evite tomar pela noite café, chás com cafeína, derivados da cola, álcool e estimulantes em geral;
3 - Barulhos como TV, rádio, computador, aquário, relógio bem como iluminação excesso podem atrapalhar seu sono;
4 - É difícil, mas procure se desligar dos problemas do dia-a-dia (trabalho, trânsito, família, etc.) ao deitar-se;
5 - Procure fazer uma atividade relaxante antes de dormir, um bom banho pode ser ótimo;
6 - Estabeleça um horário para dormir/acordar;
7 - Não durma demais, pode lhe deixar sonolento durante o dia além de favorecer o catabolismo;
8- Não durma com fome, uma refeição leve a base de proteínas de lenta absorção antes de dormir pode ser boa;
9 - Interromper o sono por qualquer motivo é péssimo, até mesmo para comer. Evite ao máximo, porém se acordar ou perder o sono, uma refeição ou suplementação leve a base de proteínas de lenta absorção pode ser boa também;
10 - Um breve cochilo de 20 ou 30 minutos após o almoço pode ser revigorante, experimente. Muitos estudos já comprovam seus benefícios;
11 - Algumas pessoas têm o péssimo hábito de dormir pouco durante a semana, e tentar compensar no fim de semana dormindo bastante. Equilibre seu tempo de sono durante a semana;
12 - Certamente é bom e é natural curtir uma ‘baladinha’, ‘cervejinha’ ou ‘festinha’ aos sábados com os amigos para descontrair, não precisa ser neurótico e viver trancado em casa em prol do anabolismo. Porém o agito em excesso pode atrapalhar seu sono não só de domingo como do resto da semana. Saiba moderar. Festa todo dia então é péssimo. Esteja certo que seu objetivo é ter um bom sono e crescer;
13 - Tenha um bom ambiente, roupas leves e bom colchão para dormir. Siga essas dicas básicas e procure ao máximo não fazer o uso de medicamentos para dormir, a longo prazo não são benéficos.

Fonte: Busca Saúde