Uma enzima, um grande catalisador
protéico altamente específico, acelera os ritmos anterógrado e reverso das
reações químicas dentro do organismo sem ser consumida nem modificada durante a
reação. As enzimas governam apenas
reações que poderiam ocorrer normalmente, porém com um ritmo mais lento. De
certa forma, as enzimas reduzem a energia de ativação (influxo de energia
indispensável para iniciar uma reação) necessária para que seu ritmo possa ser
modificado. A ação enzimática ocorre sem alterar as constantes de equilíbrio e
a energia total liberada na reação.
O início (ativação) de uma reação
não-catalisada requer muito mais energia que outra catalisada. O ritmo de uma
reação catalisada pode ser milhares ou bilhares de vezes mais rápido que uma
reação não-catalisada.
A maioria das reações catalisadas por
enzimas prossegue em três etapas. A enzima se combina primeiro com seu
substrato para formar um complexo enzima-substrato. A seguir, esse complexo é
transformado em um outro complexo, enzima-intermediário, que a seguir será
modificado para um complexo enzima-produto que se dissocia rapidamente em
produto livre e na enzima liberada sem qualquer modificação.
As enzimas possuem a propriedade ímpar de não serem
alteradas prontamente pelas reações que elas afetam. Consequentemente, as
enzimas específicas são reutilizadas continuamente.
Uma única célula contém milhares de enzimas diferentes,
cada uma delas com uma função específica que catalisa uma reação celular
distinta. Nem todas as enzimas operam
com o mesmo ritmo, algumas operam mais lentamente e outras mais rapidamente.
O pH e a temperatura afetam drasticamente a atividade
enzimática. Para algumas enzimas, a atividade máxima requer uma acidez
relativamente alta, enquanto outras evidenciam seu funcionamento ótimo no lado
alcalino da neutralidade. Esse efeito do pH sobre a dinâmica das enzimas é
observado porque uma modificação na concentração hidrogeniôntica dos líquidos altera o equilíbrio entre os
complexos carregados positiva e negativamente nos aminoácidos das enzimas. As
elevações na temperatura em geral aceleram a reatividade enzimática. No
entanto, quando a temperatura sobe acima de 40° a 50º C, as enzimas protéicas
sofrem uma desnaturação permanente e sua atividade cessa.
A interação com seu substrato específico representa
uma característica ímpar da estrutura globular tridimensional de uma enzima. A
interação funciona como uma chave encaixando-se em uma fechadura. A enzima é
ligada quando seu lugar ativo se une através de um “encaixe perfeito” com o
local ativo existente no substrato. Com a formação de um complexo
enzima-substrato, a cisão das ligações químicas acaba formando um novo produto
com novas ligações, liberando a enzima para agir sobre outro substrato. Somente
a enzima correta consegue ativar um determinado substrato.
Algumas enzimas podem ter suas atividades reguladas,
atuando assim como moduladoras do metabolismo celular. Esta
modulação é essencial na coordenação dos inúmeros processos metabólicos pela
célula. Existem dois modos de regulação enzimática mais conhecidos:
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Modulação
Alostérica: Ocorre nas enzimas que
possuem um sítio de modulação, ou alostérico, onde se liga de forma
não-covalente um modulador alostérico que pode ser positivo (ativa a enzima) ou
negativo (inibe a enzima). A ligação do modulador induz a modificações conformes
na estrutura espacial da enzima, modificando a afinidade desta para com os seus
substratos; Um modelo muito comum de regulação alostérica é a inibição por
"feed-back", onde o próprio produto da reação atua como modulador da
enzima que a catalisa.
Várias substâncias podem inibir a atividade
enzimática de forma a tornar mais lento o ritmo de uma reação. Os inibidores
enzimáticos são compostos que podem diminuir a atividade de uma enzima. Os
inibidores podem ser reversíveis ou irreversíveis, de acordo com a estabilidade
gerada pela sua ligação com a enzima:
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Os inibidores irreversíveis se ligam às enzimas levando a
inativação definitiva desta. Estes inibidores são bastante tóxicos para o organismo já que não são específicos, sendo
capazes de deixar inativo qualquer enzima.
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Os inibidores reversíveis podem ser divididos em dois grupos: os
competitivos e os não-competitivos. Essa divisão é baseada na presença ou não
de competição entre o inibidor e o substrato pelo centro ativo da enzima.
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Os inibidores competitivos competem com o substrato pelo centro
ativo da enzima. Estas moléculas apresentam configuração semelhante ao
substrato e por isso são capazes de se ligarem ao centro ativo da enzima. Eles
produzem um complexo enzima-inibidor que é semelhante ao complexo
enzima-substrato.
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Os inibidores não-competitivos não têm semelhança estrutural com o
substrato de reação que inibem. A sua inibição se dá pela sua ligação a
radicais que não pertencem ao grupo ativo. Esta ligação vai alterar a estrutura
da enzima e inviabilizando a sua catálise.
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