Muitas
vezes, falamos ou ouvimos falar que o colesterol é uma substância ou produto
ruim no nosso corpo e que só causa doenças, principalmente as doenças
cardiovasculares, mas será que o colesterol só tem o papel de “vilão” no nosso
corpo, ou ele também pode ser o “mocinho” da história. Veremos a seguir o que
realmente é o colesterol e quais benefícios ou malefícios que o mesmo pode
trazer para o nosso corpo.
Os
lipídeos derivados são sintetizados a partir de lipídeos simples e compostos,
como exemplo temos os esteróides, o principal destes é o colesterol. O
colesterol é classificado, segundo McArdle e colaboradores (2003), como um
lipídio derivado e existe somente em animais. O colesterol não contém ácidos
graxos, mas compartilha algumas características físicas e químicas dos
lipídios. Assim sendo, do ponto de vista dietético, o colesterol pode ser
classificado com lipídio.
O
colesterol, encontrado extensamente na membrana plasmática de todas as células,
origina-se seja através da dieta (colesterol exógeno), seja através da síntese
celular (colesterol endógeno), pois mesmo com uma dieta isenta de colesterol,
ainda assim haveria colesterol no nosso corpo.
O
colesterol participa de muitas funções corporais, incluindo a construção das
membranas plasmáticas e funcionando como um precursor da síntese da vitamina D,
dos hormônios das glândulas supra-renais e dos hormônios sexuais estrogênio,
androgênio e progesterona. O colesterol fornece um componente-chave para a
síntese da bile (emulsifica os lipídios durante a digestão) e desempenha um
papel crucial na formação dos tecidos, dos órgãos e das estruturas corporais
durante o desenvolvimento fetal. O colesterol dietético é encontrado em
alimentos de origem animal (ovo, carne vermelhas, etc.) e não é encontrado em
alimentos de origem vegetal. Neste caso aqui podemos dizer que ele é o
“mocinho” da história, pois ele é muito importante para o nosso corpo, mas em
que situação(ões) ele é o “vilão”? Veremos a seguir.
Os
poderosos prognosticadores de maior risco de doença arterial coronariana
incluem os altos níveis de colesterol sérico total e da molécula LDL
(lipoproteína de baixa densidade) rica em
colesterol. Esses riscos passam a ser particularmente
poderosos quando combinados com outros fatores de risco, como tabagismo,
sedentarismo, obesidade, diabetes e hipertensão sem tratamento. Existe uma
relação contínua e gradativa entre o colesterol sérico e a morte por doença
arterial coronariana.
Estudos
com animais mostram que dietas ricas em colesterol e ácidos graxos saturados
elevam o colesterol sérico nos animais. Um excesso dietético acaba produzindo
aterosclerose, um processo degenerativo que forma depósitos ricos em colesterol
(placa) no revestimento interno das artérias médias e mais calibrosas,
acarretando seu estreitamente e eventual fechamento. Estando o indivíduo
sujeito a um ataque cardíaco, podendo ser seguido de morte.
Nos
seres humanos, uma redução de ácidos graxos saturados e de colesterol em geral
produz uma queda no colesterol sérico, apesar de, na maioria das pessoas, o
efeito continuar sendo moderado. Porém, um aumento na ingestão dietética de
ácidos graxos mono e poliinsaturados reduz o nível sanguíneo de colesterol.
Pesquisas
mostram e indicam que a manutenção de hábitos positivos do estilo de vida, que
incluem exercício regular e ingestão prudente de nutrientes, contribui
favoravelmente para os perfis dos lipídios sanguíneos.
Conclui-se
então, que colesterol tem que está dentro dos seus limites desejáveis
(colesterol total < de 200 mg/dl) para desempenhar suas grandes e
importantes funções no organismo e que o excesso do mesmo pode ocasionar
doenças cardiovasculares, logo para manter o níveis favoráveis de colesterol as
pessoas devem ter uma alimentação balanceada e controlada, praticar exercícios
físicos e realizar exames médicos pelo menos uma vez ao ano.
Referência
bibliográfica
McARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do
exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2003.