terça-feira, 13 de agosto de 2013

Colesterol: vilão ou mocinho?

                              
               



Muitas vezes, falamos ou ouvimos falar que o colesterol é uma substância ou produto ruim no nosso corpo e que só causa doenças, principalmente as doenças cardiovasculares, mas será que o colesterol só tem o papel de “vilão” no nosso corpo, ou ele também pode ser o “mocinho” da história. Veremos a seguir o que realmente é o colesterol e quais benefícios ou malefícios que o mesmo pode trazer para o nosso corpo.
Os lipídeos derivados são sintetizados a partir de lipídeos simples e compostos, como exemplo temos os esteróides, o principal destes é o colesterol. O colesterol é classificado, segundo McArdle e colaboradores (2003), como um lipídio derivado e existe somente em animais. O colesterol não contém ácidos graxos, mas compartilha algumas características físicas e químicas dos lipídios. Assim sendo, do ponto de vista dietético, o colesterol pode ser classificado com lipídio. 
O colesterol, encontrado extensamente na membrana plasmática de todas as células, origina-se seja através da dieta (colesterol exógeno), seja através da síntese celular (colesterol endógeno), pois mesmo com uma dieta isenta de colesterol, ainda assim haveria colesterol no nosso corpo.
O colesterol participa de muitas funções corporais, incluindo a construção das membranas plasmáticas e funcionando como um precursor da síntese da vitamina D, dos hormônios das glândulas supra-renais e dos hormônios sexuais estrogênio, androgênio e progesterona. O colesterol fornece um componente-chave para a síntese da bile (emulsifica os lipídios durante a digestão) e desempenha um papel crucial na formação dos tecidos, dos órgãos e das estruturas corporais durante o desenvolvimento fetal. O colesterol dietético é encontrado em alimentos de origem animal (ovo, carne vermelhas, etc.) e não é encontrado em alimentos de origem vegetal. Neste caso aqui podemos dizer que ele é o “mocinho” da história, pois ele é muito importante para o nosso corpo, mas em que situação(ões) ele é o “vilão”? Veremos a seguir.
Os poderosos prognosticadores de maior risco de doença arterial coronariana incluem os altos níveis de colesterol sérico total e da molécula LDL (lipoproteína de baixa densidade) rica em colesterol. Esses riscos passam a ser particularmente poderosos quando combinados com outros fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo, obesidade, diabetes e hipertensão sem tratamento. Existe uma relação contínua e gradativa entre o colesterol sérico e a morte por doença arterial coronariana.
Estudos com animais mostram que dietas ricas em colesterol e ácidos graxos saturados elevam o colesterol sérico nos animais. Um excesso dietético acaba produzindo aterosclerose, um processo degenerativo que forma depósitos ricos em colesterol (placa) no revestimento interno das artérias médias e mais calibrosas, acarretando seu estreitamente e eventual fechamento. Estando o indivíduo sujeito a um ataque cardíaco, podendo ser seguido de morte.
Nos seres humanos, uma redução de ácidos graxos saturados e de colesterol em geral produz uma queda no colesterol sérico, apesar de, na maioria das pessoas, o efeito continuar sendo moderado. Porém, um aumento na ingestão dietética de ácidos graxos mono e poliinsaturados reduz o nível sanguíneo de colesterol.
Pesquisas mostram e indicam que a manutenção de hábitos positivos do estilo de vida, que incluem exercício regular e ingestão prudente de nutrientes, contribui favoravelmente para os perfis dos lipídios sanguíneos.
Conclui-se então, que colesterol tem que está dentro dos seus limites desejáveis (colesterol total < de 200 mg/dl) para desempenhar suas grandes e importantes funções no organismo e que o excesso do mesmo pode ocasionar doenças cardiovasculares, logo para manter o níveis favoráveis de colesterol as pessoas devem ter uma alimentação balanceada e controlada, praticar exercícios físicos e realizar exames médicos pelo menos uma vez ao ano.

Referência bibliográfica

 McARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.