Os testículos são glândulas de função dupla: desenvolver e
liberar espermatozoides e sintetizar testosterona. Esses processos garantem a
fertilidade e mantêm as características sexuais masculinas (MOLINA, 2010).
A quantidade de testosterona presente no corpo dos homens é dez
vezes superior à que se encontra no corpo das mulheres. Esse hormônio pode
promover alterações em diferentes segmentos corporais, tais como:
a)
composição corporal – crescimento muscular, gordura corporal e densidade óssea;
b)
maturação e função do sistema nervoso central – características de comportamento,
agressividade e processos cognitivos;
c) vias
metabólicas – metabolismo da glicose, insulina e leptina;
d)
fisiologia muscular e comportamento motor;
e)
eritropoiese (produção de hemácias);
f )
adaptação ao estresse.
A testosterona é um hormônio derivado do colesterol e é
produzida pelas células de Leydig, nos testículos e nos ovários, sendo
considerado o principal e mais importante andrógeno circulante (MOLINA, 2010;
DI LUIGI et al., 2012).
A maioria dos estudos mostra que a testosterona total e a livre
aumentam imediatamente após o exercício agudo e extenuante, assim como no
exercício de resistência submáximo prolongado. Apesar de o mecanismo
responsável pelo aumento da testosterona durante o exercício agudo não ser
conhecido, a elevação durante o exercício intenso acontece com o objetivo de
auxiliar o GH na síntese muscular (HAKKINEN et al., 2001; AHTIAINEN et al.,
2003; TREMBLAY et al., 2005; CREWTHER et al., 2006; DERBRET et al., 2010). Acredita-se
que o lactato sanguíneo estimula o aumento da síntese da testosterona, uma vez
que, durante exercício intenso com alta concentração de lactato sanguíneo,
observou-se a elevação dos níveis de testosterona; o mesmo efeito foi observado
após a infusão de lactato nas gônadas de ratos em repouso (LU et al., 1997).
Referências
AHTIAINEN, J. P. et al. Muscle hypertrophy, hormonal
adaptations and strength
development during strength training in
strength-trained and untrained men. Eur
J Appl Physiol, v. 89, n. 6, p. 555-563, 2003.
CREWTHER, B. et al. Possible stimuli for strength and
power adaptation: acute
hormonal responses. Sports Med, v. 36, n. 3, p.
215-238, 2006.
DERBRET, F. et al. Androgen responses to sprint
exercise in young men. Int J Sports Med, v.
31, n. 5, p. 291-297, 2010.
DI LUIGI, L. et al. Andrological aspects of physical
exercise and sport medicine.
Endocrine,
2012.
HAKKINEN, K. et al. Selective muscle hypertrophy,
changes in EMG and force, and serum hormones during strength training in older
women. J Appl Physiol, v. 91, n. 2, p. 569-580, 2001.
LU, S. S. et al. Lactate and the effects of exercise
on testosterone secretion: evidence for the involvement of a cAMP-mediated
mechanism. Med Sci Sports Exerc, v. 29, n. 8, p. 1048-1054, 1997.
MOLINA, P. Endocrine physiology. New York:
McGraw-Hill Medical, 2010.
TREMBLAY, M. S. et al. Influence of exercise duration
on post-exercise steroid hormone responses in trained males. Eur J Appl
Physiol, v. 94, n. 5/6, p. 505 513, 2005.
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