As
inúmeras possibilidades de combinação e manipulação das variáveis metodológicas
de prescrição deram origem aos variados sistemas ou métodos de treinamento.
Embora
alguns deles apresentem alguma evidência científica de sua eficiência, uma
grande parte destes sistemas foi desenvolvida por treinadores ou atletas do
treinamento de força empiricamente (FLECK; KRAEMER, 2006), como é o caso do
método pirâmide.
Os
métodos pirâmide consistem na manipulação da intensidade de carga de forma
crescente ou decrescente com a progressão das séries modificando de forma inversa
o número de repetições em cada série executada. Muito similar aos métodos pirâmide,
outros métodos foram desenvolvidos e investigados a mais de 60 anos atrás; o
método de Delorme e Watkins (1948), caracterizado pelo aumento progressivo da
carga durante a realização de três séries de 10 repetições, e o método Oxford (Zinovieff,
1951), caracterizado pela redução dessas cargas (Delorme; Watkins, 1948; Zinovieff,
1951).
Especificamente,
o método crescente pode ser utilizado como progressão de cargas leves para
pesadas como forma de preparação e/ou “aquecimento” para a utilização de cargas
elevadas. Já o método piramidal decrescente justifica-se pela necessidade de
diminuir a carga devido a pouca disponibilidade de fontes energéticas quando um
intervalo entre séries insuficiente para recuperação é utilizado (SALLES et
al., 2008). Desta forma, as reduções na carga têm a finalidade de contornar a
fadiga, adequando o esforço às possibilidades momentâneas do músculo. Em estudo
recente Willardson et al. sugerem que reduções de aproximadamente 10% da
carga de uma série para outra podem resultar na manutenção do número de
repetições durante a progressão das séries nos exercícios agachamento, supino e
puxada, quando utilizadas cargas de 10 repetições máximas (10RM) e intervalos
entre as séries de um minuto.
Referências
DeLorme, T. L.; Watkins, A. L. Techniques of progressive resistance
exercise. Arch. Phys. Med. 1948; 29: 263-273.
Fleck, S. J.;
Kraemer, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3ª edição. Porto
Alegre. Artmed. 2006.
Salles, B. F.; Silva,
J. P. M. R.; Oliveira, D.; Ribeiro, F. M.; Simão, R. Efeito dos métodos pirâmide
crescente e pirâmide decrescente no número de repetições do treinamento de
força. Arq. Mov. 2008; 4: 23-32.
Willardson, J. M.; Simão, R.; Fontana, F. E. The effect of load
reductions on repetition performance for commonly performed multijoint
resistance exercises. J. Strength. Cond. Res. 2012; 26: 2939–2945.
Zinovieff, A. Heavy resistance
exercise: The oxford technique. Br. J. Phys. Med. 1951; 14: 129-132.
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