domingo, 13 de novembro de 2016

Exercício físico como meio de tratamento para o câncer


Hoje em dia o tratamento do câncer busca, além da manutenção ou prolongamento da vida, promover a sobrevivência humanizada e com maior qualidade. Para tanto, atrela a qualidade de vida e a autonomia do paciente ao seu nível de aptidão física e capacidade funcional, tendo nos exercícios uma terapia alternativa para aumento das capacidades físicas e combate à fadiga relacionada ao câncer. 
Indivíduos com câncer desenvolvem um quadro de catabolismo intenso, que podem resultar em caquexia, fadiga intensa, náuseas, depressão, atrofia muscular, diminuição da capacidade aeróbia, diminuição da força e flexibilidade, e perda de massa muscular. Estes fatores contribuem para o decréscimo da qualidade de vida. Para minimizar esses problemas, atualmente muitos pesquisadores têm estudado como algumas atividades podem melhorar a qualidade de vida destes indivíduos, entre as quais estão os exercícios físicos.  
A implantação de um programa de exercícios físicos pode ser fei­ta em quaisquer das três fases após o diagnóstico de câncer; porém, em cada fase, os objetivos e a consequente modulação dos mesmos serão distintas.
Fase pré-tratamento: compreende o período entre o diagnóstico da doença e o início do tratamento. Os objetivos serão voltados para melhora do estado funcional geral, prevenção e atenuação do declínio funcional durante o tratamento, auxiliar o indivíduo a en­frentar emocional e psicologicamente a doença enquanto espera o tratamento. Para os indivíduos já praticantes de alguma atividade física, deve-se priorizar a manutenção da atividade e, para os não praticantes, o engajamento progressivo em um programa.
Durante o tratamento: o foco desta fase será voltado para pacientes que se encontram durante o tratamento, seja ele de qualquer natu­reza (cirúrgico, quimioterapia, radioterapia, hormônio, imunoterapia e transplante). Visando atenuar os efeitos colaterais e a toxidade dos tratamentos, manutenção das funções físicas e composição corporal, manu­tenção/melhora da capacidade funcional e força muscular, estado de humor e qualidade de vida, facilitar a conclusão do tratamento, e potencializar a eficácia dos tratamentos.
Fase pós-tratamento: a abordagem neste período será direcionada para os sobreviventes, ou seja, indivíduos que já terminaram o tratamento, sendo o exercício essencial no processo de recuperação e otimização do estado de saúde geral e qualidade de vida.
Alguns estudos concluídos até o momento mostram efeitos benéficos da atividade física contra o câncer, pois há grande quantidade de publicações científicas sobre a importância do exercício físico no tratamento e na reabilitação de pacientes com câncer. Entretanto, alguns estudos não encontraram um efeito claro, e raros são aqueles que mostram efeitos negativos.
Embora diferentes estudos mostrem que a atividade física tem contribuição na redução da mortalidade de indivíduos com câncer e na promoção de seu bem-estar, ainda não há um consenso em relação à intensidade, tanto nos estudo com animais quanto em humanos. Isso porque além da dificuldade na realização de alguns estudos, também há a extensão dos tipos de câncer e das formas de ação destes no organismo cognitivo. Alguns estudos indicam que intensidade moderada de exercício e atividades ocupacionais são a mais recomendáveis para reduzir o risco de câncer, mas alguns estudos defendem que os exercícios de alta intensidade também sejam recomendáveis para reduzir o risco de câncer.

Referência Bibliográfica

OLIVEIRA, R. A. Efeitos do treinamento aeróbio e de força em pessoas com câncer durante a fase de tratamento quimioterápico. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo. v.9. n.56. p.662-670. Nov./Dez. 2015.


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