Atualmente,
existe um forte apelo à utilização de equipamentos que favorecem o sedentarismo,
como o controle remoto, a escada rolante, os automóveis e os portões eletrônicos.
Além disso, os serviços de entrega – os famosos delivery – tornam fácil
o acesso à alimentação e aos medicamentos, ao mesmo tempo que evitam o esforço físico.
Apesar dos benefícios que esses bens e serviços agregam à vida moderna, tais avanços
não são interessantes para a saúde, uma vez que o sedentarismo e a obesidade,
associados às complexas e urgentes demandas da sociedade atual, podem levar a
transtornos de humor, ansiedade e depressão (SAMULSKI et al., 2009).
Guedes
(1999) aponta que o termo saúde tem sido caracterizado de forma vaga e difusa.
O autor relata que a Conferência Internacional sobre Exercício, Aptidão e
Saúde, realizada no Canadá em 1988, produziu um documento com a finalidade de estabelecer
um consenso quanto ao estado atual do conhecimento sobre esse termo. Com
certificação da Organização Internacional para Padronização (International
Standardization Organization – ISO), esse documento definiu saúde como
uma condição humana de dimensões física, social e psicológica, e que se
caracteriza por um continuum com polos positivos e negativos. Apesar de
se tratar de um construto multidimensional, a discussão a seguir tem como foco
a dimensão psicológica da saúde.
As
pesquisas voltadas para os benefícios psicológicos da atividade física revelam
que as pessoas que se exercitam regularmente apresentam tendência a ter melhor
estado de humor, maior autoestima e melhor percepção de sua imagem corporal.
Além disso, investigações como a desenvolvida por Craft (2005) ressaltam os
efeitos antidepressivos do exercício físico. Esses efeitos ocorrem devido à
liberação, pelo organismo e durante o exercício, dos hormônios neurotransmissores
beta-endorfina e dopamina, que propiciam um efeito tranquilizante e analgésico
no praticante regular, que frequentemente se beneficia de um efeito relaxante
pós-esforço e, em geral, consegue manter um estado de equilíbrio psicossocial
mais estável frente às ameaças do meio externo (MARIN NETO et al. apud CHEIK et
al., 2003).
Para
Samulski e colaboradores (2009), “a intensidade do exercício realizado com o
objetivo de melhorar a saúde psicológica do indivíduo deve ser de nível
moderado”. O autor faz essa recomendação como medida de segurança, pois existem
divergências entre os estudos na área: certos pesquisadores recomendam intensidade
alta, outros sugerem intensidade média e outros, ainda, indicam a baixa intensidade.
Por
fim, a Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte (ISSP apud SAMULSKI et al.,
2009) publicou uma declaração afirmando que a prática de atividade física
regular e controlada pode apresentar os seguintes benefícios psicológicos:
>> redução do estado de ansiedade;
>> redução do nível de depressão moderada;
>> redução da instabilidade emocional;
>> redução de vários sintomas de estresse;
>> produção
de efeitos emocionais positivos.
Texto
copiado e extraído de: Fundação Vale. Psicologia do Esporte.
Brasília. 2013.
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