Os
números são alarmantes: pesquisas do Ministério da Saúde revelam que 80% dos
brasileiros são classificados como sedentários e 68% têm sobrepeso ou
obesidade. Para o doutor em fisiologia do exercício, Turibio Leite de Barros,
apesar de todos os estímulos para que se tenha uma vida ativa, as pessoas estão
se tornando reféns da vida moderna e diminuindo o ritmo de atividade física ou
de movimentos diários. “Todo mundo quer comodismo e conforto: estacionar perto
da porta, usar elevador etc. É aí que se cria o sedentário”, afirma.
Segundo
o especialista, sedentarismo não significa apenas a falta de uma atividade
física regular, como praticar um esporte ou ir à academia. Depende da
intensidade da movimentação corporal e do gasto calórico. A Organização Mundial
da Saúde (OMS) define como sendentário o indivíduo que gasta menos de 2.200
calorias por semana em atividades físicas e ocupacionais. “Isso representa
gastar um pouco mais de 300 calorias por dia, o equivalente à uma hora de
movimento significativo. Não é preciso caminhar por uma hora, mas movimentar o
peso corporal, se deslocar”, diz.
Do
contrário, o sedentário acaba desenvolvendo uma sequência de problemas que
deterioram a sua saúde. Os principais são aumento do colesterol, tendência a
diabetes e hipertensão, sobrepeso e obesidade. “Felizmente, nunca é tarde para
resgatar a saúde. Com uma vida mais ativa, o colesterol baixa, a diabetes
melhora, a hipertensão fica controlada e o sobrepeso pode ser superado”, afirma
Barros.
Ele
lembra ainda que o estímulo para evitar o sedentarismo deve passar de pais para
filhos, já que atualmente é comum ver crianças e jovens deixando de praticar
exercícios físicos para ficarem no videogame ou na internet. “Para estimular
uma vida mais ativa, os pais precisam dar o exemplo praticando esportes também”,
lembra o especialista.
Já
para quem chegou à terceira idade, Barros recomenda não se entregar ao círculo
vicioso iniciado pelo cansaço. “Quanto menos a pessoa faz atividade, mais
preguiça tem. Quanto maior a preguiça, maior o comodismo”, aponta. Portanto,
não há outra a saída. O segredo é se movimentar”, conclui.