O
consumo de suplementos alimentares tem aumentado nos últimos anos e, por muitas
vezes, estes são encarados como facilitadores do processo de modificação da
composição corporal, coadjuvantes na performance e promotores de um adequado
estado de saúde.
Dessa
forma, tendo em vista que a proteína é um macronutriente vital para a
modificação da composição corporal com fins de hipertrofia muscular, os
suplementos com elevado teor de proteínas ou aminoácidos merecem bastante
atenção, uma vez que estes fazem parte da rotina de indivíduos praticantes de
atividades recreativas e de atletas.
Nesse
sentido, o consumo adequado de proteínas, alimentares e/ou oriundas de
suplementos proteicos, associado a outros fatores como o consumo adequado de
carboidratos e o estimulo mecânico sobre o músculo esquelético exercem efeito
positivo sobre a hipertrofia muscular, no entanto, especialmente em atletas,
esse consumo, por muitas vezes, encontra-se acima dos valores de referência.
Esse
comportamento pode ser explicado através da relação dose/benefício, ou seja,
quanto maior for o consumo de proteínas, maior será o estimulo as principais
vias de sinalização para a hipertrofia muscular. Porém, essa relação é
questionável, uma vez que a ativação da síntese proteica via proteínas dietéticas
e aminoácidos é dose-dependente e saturável. Desse modo, a hipertrofia muscular
pode ser entendida como o balanço positivo entre as vias de síntese e de
degradação proteica.
Das
vias de síntese, destaca-se a via da MTOR, responsável por mediar a transcrição
gênica, a síntese proteica e a proliferação celular. Já em relação as vias de
degradação, destaca-se a via proteassomal, representada pelo sistema
ubiquitina-proteassoma, que age de forma seletiva na proteólise muscular,
atuando de forma importante no processo atrófico através da sinalização de duas
ligases chave desse sistema, conhecidas como MURF-1 e MAFBx.
Portanto,
o consumo adequado de proteínas dietéticas associado, dentre outros fatores, ao
estímulo mecânico sobre o músculo esquelético, favorece a síntese proteica,
pois estimula positivamente o balanço entre as vias de síntese e de degradação
muscular, no entanto, o consumo acima das recomendações não demonstra
benefícios adicionais, devendo ser desencorajado tanto para atletas como para
praticantes de atividades físicas recreativas.
Referência
Bibliográfica
MACEDO, M. R. C.; MARQUES,
R. F.; NAVARRO, A. C. Relação entre o consumo de proteínas e as vias de síntese
e degradação muscular. Revista
Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 11. n. 66. p.654-656. 2017.
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