quarta-feira, 25 de julho de 2012

Treinamento funcional e Core Training


Cada músculo do nosso corpo exerce uma função específica, funciona de maneira integrada e coordenada pelo cérebro. É muito bonito observar uma bailarina dançando, fazendo movimentos incríveis, como saltos, piruetas, elevações de pernas, ao ritmo da música, com graça, harmonia e beleza.
O mesmo acontece com os esportistas que fazem maravilhas com o corpo. É sem dúvida, incrível um gol de bicicleta ou mesmo uma cortada no vôlei. Tudo isso acontece graças ao fortalecimento dos músculos que dão ao corpo uma capacidade de combinar e executar centenas de movimentos diferentes.
Apesar disso, milhares de pessoas estão impossibilitadas de praticar esportes ou mesmo fazer exercícios. Elas sofrem porque um grupo muscular, que exerce um papel fundamental para o bom funcionamento do corpo, não é exercitado de forma adequada. Estou me referindo aos músculos profundos localizados numa região do corpo conhecida como core.
O core é uma unidade integrada composta de 29 pares de músculos que suportam o complexo quadril-pélvico-lombar.
Tem as seguintes funções:

>> Manter um adequado alinhamento da coluna lombar contra a ação da gravidade;
>> Estabilizar a coluna e pélvis durante os movimentos;
>> Gerar força para os movimentos do tronco e prevenir lesões.

Os músculos são responsáveis também em dar o formato da cintura, proteger a cavidade abdominal, manter o quadril na posição correta e ajudar a manter o tronco controlado em inúmeros movimentos esportivos. Vários esportistas treinam bastante esses músculos, como é o caso dos lutadores de boxe, ginastas, jogadores de vôlei, futebol e basquete.
Para a maioria dos esportes, ter o core fortalecido é fator de ajuda para um melhor rendimento. O enfraquecimento dos músculos do core trás consequências um tanto quanto desagradáveis: alterações na posição do quadril, flacidez abdominal, dores na região da coluna lombar e até mesmo favorecendo o aparecimento de hérnias de disco.
Os homens, quando engordam, tendem a aumentar a quantidade de gordura ao redor da cintura, com predominância acima do umbigo, formando o famoso “pneuzinho”, sobrecarregando ainda mais a região lombar, principalmente quando os músculos do core, particularmente os profundos estão enfraquecidos. Nas mulheres, durante o período de gravidez, os músculos da parede abdominal são distensionados na medida em que o feto vai aumentando de tamanho provocando um aumento acentuado da curvatura da região lombar.
Por todas essas razões é fundamental que seja dada uma atenção especial aos músculos do core. Por uma questão de saúde o seu enfraquecimento trás consequências desagradáveis. No entanto, é importante lembrar que ao fazer os exercícios chamados “abdominais tradicionais” estará fortalecendo os músculos superficiais e não, como a maioria imagina, protegendo a coluna ou mesmo “queimando” gordura ou, como dizem, “tirando a barriga”. Para metabolizar (“queimar”) gordura é necessário fazer exercícios do tipo aeróbios (caminhada, corrida, bicicleta, etc.), que estimulam a mobilização da gordura como fonte de energia.

O que mudou no treinamento?

As novas pesquisas mostram que alguns músculos localizados nesta região do corpo, denominada core, particularmente os músculos internos do tronco na estabilização da coluna, em particular o transverso do abdômen, multífido e rotatores  da região lombar foram identificados como sendo absolutamente essenciais na própria função e controle da região lombar.
Isto significa que fazer os exercícios abdominais tradicionais (flexão do tronco sobre o quadril com as mãos na nuca) e suas variações enfatiza o fortalecimento da musculatura superficial, ou seja, o reto e oblíquo abdominal.
Diante dessas evidências, para prevenir dores na coluna, fortalecer os músculos que dão sustentação para a coluna lombar, é importante iniciar o treinamento utilizando exercícios isométricos (estáticos) que enfatizam o desenvolvimento da estabilidade, força e resistência dos músculos citados.
Os exercícios denominados “prancha”, realizados na posição ventral, dorsal e lateral devem ser incluídos no início do treinamento para, primeiro, fortalecer os músculos profundos, estabilizadores da região do core e, a partir daí, incluir exercícios para aumentar a força e posteriormente a potência do “core”.
Esta é a nova recomendação para o treinamento equilibrado da região mais importante do corpo sob o ponto de vista funcional.

Referências

GUISELINI, Mauro. Treinamento funcional e Core training. Disponível em: http://www.arturmonteiro.com.br/2010/01/2090/. Acesso em: 07 de Julho de 2012.

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