quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Crianças e aumento da força muscular


Conforme Fontoura (2003), a força muscular é um dos componentes da aptidão física, e ela se faz importante em todas as faixas etárias, e também em crianças. Elas precisam desenvolver condicionamento cardiovascular, flexibilidade e habilidades motoras, assim como força (FLECK; KRAEMER, 1999).
Muitas pesquisas demonstram claramente que o treinamento de força, como diz (FLECK; KRAEMER, 2007), promove aumentos significativos na força em crianças. Os mecanismos responsáveis pelos ganhos de força em indivíduos pré-púberes (crianças) são os mecanismos neurais.
Em resposta aos programas de treinamento de curta duração, aumentos significativos na força muscular e desempenhos relacionados à força muscular são possíveis em crianças, sem a necessidade de hipertrofia muscular sendo mais enfatizado quando há um treinamento habitual, não podendo ser usado treinos com intensidades máximas, até por que não se pode visar hipertrofia, devido não haver hormônios relacionados ao tal crescimento. Pois do ponto de vista fisiológico nas crianças, este aumento ocorre devido à melhoria na frequência de transmissão e recrutamento das fibras motoras e não necessariamente à hipertrofia, fato que só passa a ocorrer com a puberdade, devido ao aumento da quantidade de testosterona, o que tende a favorecer respostas relacionadas à melhoria da força (FLECK; KRAEMER, 2007; NAVARRO, 2013).
Portanto, nesse caso, o aumento de força ocorre, primariamente, em virtude de uma adaptação neural, sem necessidade de uma hipertrofia significativa. As adaptações neurais, oriundas do treinamento, ocorrem em decorrência do aumento na capacidade de acionar um maior número de unidades motoras e melhora da coordenação entre os músculos agonistas e antagonistas (FLECK; KRAEMER, 2007).


Para o trabalho de força com crianças,  é importante levar em consideração as variáveis do treinamento como a intensidade, que deve ser leve e moderada, o volume, no qual não pode ser muito longo, e também a existência da pausa, que é muito importante (NAVARRO, 2013).
Sendo, dessa forma, de suma importância o acompanhamento por profissionais qualificados para o planejamento e orientação do trabalho de força nessa faixa etária.

Referências

FLECK, S. J.; KRAEMER W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2ª Edição, Porto Alegre, Ed. Artmed, 1999.

FLECK, S. J.; KRAEMER W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3ª Edição, Porto Alegre, Ed. Artmed, 2007.

FONTOURA, A. A Força muscular em meninos pré-puberes. Corpo em Movimento, Canoas, v.1, n.1, p.67-75, outubro. 2003.

NAVARRO, F. Apostila de Prescrição de treinamento de força para crianças e adolescentes. Universidade Gama Filho, 2013.


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