Conforme Fontoura (2003), a
força muscular é um dos componentes da aptidão física, e ela se faz importante
em todas as faixas etárias, e também em crianças. Elas precisam desenvolver
condicionamento cardiovascular, flexibilidade e habilidades motoras, assim como
força (FLECK; KRAEMER, 1999).
Muitas pesquisas demonstram
claramente que o treinamento de força, como diz (FLECK;
KRAEMER, 2007), promove aumentos significativos
na força em crianças. Os mecanismos responsáveis pelos ganhos de força em
indivíduos pré-púberes (crianças) são os mecanismos neurais.
Em resposta aos programas de
treinamento de curta duração, aumentos significativos na força muscular e
desempenhos relacionados à força muscular são possíveis em crianças, sem a
necessidade de hipertrofia muscular sendo mais enfatizado quando há um treinamento habitual, não podendo ser
usado treinos com intensidades máximas, até por que não se pode visar
hipertrofia, devido não haver hormônios relacionados ao tal crescimento. Pois do ponto de vista fisiológico nas
crianças, este aumento ocorre devido à melhoria na frequência de transmissão e
recrutamento das fibras motoras e não necessariamente à hipertrofia, fato que
só passa a ocorrer com a puberdade, devido ao aumento da quantidade de
testosterona, o que tende a favorecer respostas relacionadas à melhoria da
força (FLECK; KRAEMER, 2007; NAVARRO,
2013).
Portanto, nesse caso, o aumento
de força ocorre, primariamente, em virtude de uma adaptação neural, sem
necessidade de uma hipertrofia significativa. As adaptações neurais, oriundas
do treinamento, ocorrem em decorrência do aumento na capacidade de acionar um
maior número de unidades motoras e melhora da coordenação entre os músculos
agonistas e antagonistas (FLECK; KRAEMER, 2007).
Para o trabalho de força com
crianças, é importante levar em consideração as variáveis do treinamento
como a intensidade, que deve ser leve e moderada, o volume, no qual não pode
ser muito longo, e também a existência da pausa, que é muito importante
(NAVARRO, 2013).
Sendo, dessa forma, de suma
importância o acompanhamento por profissionais qualificados para o planejamento
e orientação do trabalho de força nessa faixa etária.
Referências
FLECK, S. J.; KRAEMER W.J. Fundamentos do treinamento de força
muscular. 2ª Edição, Porto Alegre, Ed. Artmed, 1999.
FLECK, S. J.; KRAEMER W.J. Fundamentos do treinamento de força
muscular. 3ª Edição, Porto Alegre, Ed. Artmed, 2007.
FONTOURA, A. A Força muscular em meninos pré-puberes. Corpo em Movimento,
Canoas, v.1, n.1, p.67-75, outubro. 2003.
NAVARRO, F. Apostila de Prescrição de treinamento de força para crianças e
adolescentes. Universidade Gama Filho, 2013.
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