segunda-feira, 29 de maio de 2017

Princípio da reversibilidade no treinamento desportivo


O princípio da reversibilidade guarda a seguinte ideia: “o que não se usa, perde-se”. Segundo Barbanti (2010), esse princípio assegura que as alterações corporais obtidas com o treinamento físico sejam de natureza transitória. Assim, as mudanças funcionais, morfológicas e de desempenho das capacidades físicas adquiridas com o treinamento retornam aos níveis iniciais após a sua interrupção.
Esse retorno ocorre na mesma velocidade da aquisição, ou seja, aquilo que se ganhou rapidamente é perdido também rapidamente, ao passo que aquisições realizadas lentamente, em um período prolongado, são mantidas com mais facilidade e desaparecem com mais lentidão. Essa definição de Barbanti remete ao pensamento de que, nas fases iniciais de trabalho, principalmente com crianças e jovens, a base deve ser construída lentamente e com uma grande diversidade de gestos motores, incluindo atividades lúdicas, brincadeiras etc.
Para evitar a estagnação do desempenho, considerando que os estímulos de treinamento causam um desequilíbrio na homeostase e que os atletas buscam se adaptar a esses estímulos para produzir um ganho de desempenho por meio de uma adaptação positiva, pode-se inferir que a ausência de variações nas cargas de treinamento pode deixar de produzir adaptações importantes para o desenvolvimento do aluno. Nesse sentido, a fim de se evitar essa estagnação, é importante considerar o princípio da sobrecarga (aumento da carga, do volume, da intensidade, das repetições etc.) para um desenvolvimento motor e cognitivo ótimo.

Referência bibliográfica


BARBANTI, V. J. Revisão científica do livro treinamento de força com bola: estabilidade total e exercícios com medicine ball. 2.ed. Barueri (SP): Editora Manole, 2010.


domingo, 28 de maio de 2017

Princípio da continuidade no treinamento desportivo



O estado de equilíbrio de nosso sistema é dinâmico e instável, adaptando-se constantemente às demandas internas e externas. Conforme se detecta que um arranjo estrutural esteja inadequado à situação atual, novas mudanças são sinalizadas por mecanismos de realimentação. Desta forma, para que um determinado estado sistêmico seja mantido, é necessário que se forneça continuamente estímulos que o justifiquem.
Dentro do treinamento desportivo, tal efeito é basilar para o princípio da continuidade, o qual determina que o treinamento deve ser repetido e ter sua estruturação ajustada continuamente para que sejam assegurados os resultados de longo prazo.
No treinamento de força objetivando ganhos de massa muscular, isso é particularmente evidente, pois a massa muscular mantida por grande parte dos atletas excede em muitas vezes a quantidade necessária para realizar as atividades diárias “comuns”, além disso, a construção do tecido muscular é altamente exigente em termos metabólicos, aumentando a necessidade de consumo calórico, algo que seria pouco útil para sobrevivência em condições primitivas. Deste modo, tão logo os estímulos sejam interrompidos, o corpo cuidará de se livrar do que for considerado desnecessário.

Referência bibliográfica


GENTIL. P. Bases científicas do treinamento de hipertrofia. 5ed. 2014.


quarta-feira, 24 de maio de 2017

Exercício físico e Síndrome metabólica


A síndrome metabólica (SM) é caracterizada por um conjunto de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), que se manifestam, em geral, mais concomitantemente do que isoladamente, e estão relacionados a obesidade (particularmente central), as elevações da pressão arterial, da glicemia e dos triglicerídeos e aos baixos níveis de HDLcolesterol (Vasconcellos e cols., 2013).
Nas últimas décadas, o numero de pessoas acometidas por um ou mais dos fatores de risco para SM tem aumentado drasticamente, tornando essa síndrome um problema de saúde pública em escala mundial. O tratamento da SM pode ser feito através de diferentes terapias, envolvendo recursos medicamentosos e não medicamentosos. No caso da terapia não medicamentosa, o exercício físico tem sido apontado como um importante instrumento, por atuar direta ou indiretamente no combate a todos os fatores de risco que compõem a SM (Vasconcellos e cols., 2013).
A prática regular de atividade física tem sido recomendada para a prevenção e reabilitação de doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas por diferentes associações de saúde no mundo, como o American College of Sports Medicine, os Centers for Disease Control and Prevention, a American Heart Association, o National Institutes of Health, o US Surgeon General, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, entre outras (Ciolac e Guimarães, 2004).
Estudos epidemiológicos têm demonstrado relação direta entre inatividade física e a presença de múltiplos fatores de risco como os encontrados na SM. Entretanto, tem sido demonstrado que a prática regular de exercício físico apresenta efeitos benéficos na prevenção e tratamento da hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes, dislipidemia e obesidade. Com isso, o condicionamento físico deve ser estimulado para todos, pessoas saudáveis e com múltiplos fatores de risco, desde que sejam capazes de participar de um programa de treinamento físico (Ciolac e Guimarães, 2004).
Assim como a terapêutica clínica cuida de manter a função dos órgãos, a atividade física promove adaptações fisiológicas favoráveis, resultando em melhora da qualidade de vida (Ciolac e Guimarães, 2004).

Referências bibliográficas

CIOLAC, E. G.; GUIMARÃES, G. V. Exercício físico e síndrome metabólica. Rev Bras Med Esporte. Vol. 10, N. 4, 2004. p. 319-24.

VASCONCELLOS, F. V. A. e colaboradores. Exercício físico e síndrome metabólica. Revista HUPE, Vol.12, N.4, 2013. p.78-88.



sábado, 13 de maio de 2017

Recomendações para prescrição de treinamento de força para indivíduos com HIV


O treinamento de força prescrito para pessoas infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é capaz de promover aumento nos níveis de força, aumento da massa magra, redução da massa gorda, melhor distribuição da gordura corporal e melhorias no sistema imune inato e adquirido. O treinamento de força, nesse caso, procura manter ou aumentar a massa muscular, melhorando a aptidão física e qualidade de vida, reduzindo os fatores de morbidade e mortalidade.  
O American College of Sports Medicine recomenda para população saudável exercício a, pelo menos, 65% de 1‑RM, com 6 a 12 repetições para obter hipertrofia. Estudos mostraram que prescrições de treinamento resistido com 2 a 4 sessões semanais com cargas entre 50 e 80% de uma repetição máxima, utilizando‑se de séries simples, séries múltiplas ou treinamento concorrente são seguras e benéficas para portadores de HIV.
Porém, informações como: fase da doença, esquema de antirretrovirais, percepção de esforço e dieta não foram incluídos na maioria dos artigos observados. Isso minimiza as possibilidades de identificar os melhores métodos, intensidades e volume de treino respeitando a especificidade do público.

Referência


SOUZA, T. S. P. e colaboradores. Prescrição e efeitos do treinamento de força em pessoas vivendo com HIV/AIDS.  Revista Baiana de Saúde Pública. v.39, n.3, p.655-667 jul./set. 2015.