segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Ácidos nucléicos - DNA e RNA


Os ácidos desoxirribunucléico (DNA) e ribonucléico (RNA) são as moléculas informacionais, através das quais são sintetizadas todas as proteínas do organismo. O processo de replicação (síntese do DNA) é realizado de forma extremamente cuidadosa para que não resulte em erros na seqüência de DNA do genoma das células filhas e, consequentemente, erros na produção de proteínas, uma vez que durante o ciclo de vida de uma célula, há a síntese de RNAm (mensageiro) a partir de um molde da molécula de DNA. Este processo (transcrição) está intimamente atrelado à síntese de proteínas (tradução), onde o RNAm é processado de maneira tal a se encaixar nos RNA dos ribossomos (RNAr) e favorecer a adição de aminoácidos que chegam transportados pelos RNA transportadores (RNAt).

Tanto o RNAr quanto o RNAt (assim como os RNAm), são sintetizados a partir de uma ou mais sequências de nucleotídeos de DNA (unidade de polimerização dos ácidos nucléicos, formados por uma pentose, uma base nitrogenada e um grupamento fosfato). Estas sequências que codificam uma informação (proteínas ou moléculas de RNA) são denominadas de genes, as unidades básicas das características genéticas.

O cromossomo é formado por uma única molécula de DNA bem enovelada e que possui um tamanho enorme, perto das proporções microscópicas da célula. Se uníssemos todos os 23 pares de cromossomos do ser humano, por exemplo, teríamos uma molécula de cerca de 1,5 m (imagine tudo isso enovelado dentro do núcleo celular!). Entretanto, apenas cerca de 95% de todo esse DNA correspondes a genes (regiões codificadoras de informação). A grande maioria do DNA constitui-se de regiões que não codificam nenhuma informação (síntese de proteínas ou RNA), mas possui função de espaçamento entre os genes (possibilitando um enovelamento ordenado do cromossomo) além de conter regiões de controle da expressão gênica e zonas de DNA repetitivo (utilizadas na identificação individual tal como uma "impressão digital de DNA").

Dentro das sequências codificadoras dos genes (os éxons) existem outras que não codificam absolutamente nada (os íntrons), mas que podem possuir funções de regulação da expressão do gene bem como informações que são utilizadas no estudo da evolução molecular que permite relacionar a caracterização de espécies, gêneros e grupos filogenéticos bem definidos, estabelecendo os caminhos evolutivos que as espécies atuais devem ter percorrido, o que faz de seu estudo uma poderosa ferramenta da paleontologia, antropologia ou qualquer ramo da biologia evolutiva.

A tecnologia da manipulação da molécula de DNA (p.ex.: síntese in vitro , reações de hibridização) tem sido utilizada com grandes vantagens no diagnóstico de doenças metabólicas de cunho genético e doenças infecciosas (pela identificação de DNA de microorganismos em amostras biológicas). Entretanto, os custos e da mão-de-obra altamente qualificada para sua execução, ainda restringem a maioria das técnicas à laboratórios de pesquisa. Contudo, há um futuro bastante promissor para esta próxima década na popularização dos métodos diagnósticos por biologia molecular.

Referências Bibliográficas

VIEIRA, R. Fundamentos da Bioquímica: textos didáticos. Belém, 2003.


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