sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Proteínas e Exercício Físico


Natureza das proteínas

            As proteínas são moléculas constituídas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, o que as diferenciam dos carboidratos e lipídeos, é que elas contêm também nitrogênio e alguns minerais, como: enxofre, fósforo, cobalto e ferro.
            A proteína é formada por agrupamentos de aminoácidos. As uniões de aminoácidos para adotar forma e combinações químicas diversificadas são denominadas ligações peptídicas, essas ligações podem formar um dipeptídeo (união de dois aminoácidos), um tripeptídeo (união de três aminoácidos) e um polipeptídeo (união de vários aminoácidos). A combinação de 50 aminoácidos ou mais forma uma proteína.
            O corpo necessita de 20 aminoácidos diferentes, cada um destes possui um grupo amina (NH2), um grupo ácido orgânico ou carboxílico (COOH), um grupo hidrocarboneto central (CH) e um grupo R (cadeia lateral), este determina as características químicas particulares dos aminoácidos.

Classificação

            Dos 20 aminoácidos, o corpo não consegue sintetizar oito (nove em crianças e alguns adultos mais velhos), esses são considerados aminoácidos essenciais, pois são obtidos a partir de uma boa alimentação. Os outros doze (onze em alguns casos citados antes) aminoácidos são considerados não-essenciais, pois o corpo é capaz de sintetizá-lo para o seu funcionamento.
            As proteínas com aminoácidos essenciais são encontrados em alimentos de origem animal e vegetal. Existem as proteínas completas, de qualidade superior, que contêm todos os aminoácidos essenciais, comum em alimentos de origem animal; e as proteínas incompletas, de qualidade inferior, carecem de um ou mais aminoácidos essenciais, comum em alimentos de origem vegetal.

Ingestão recomendada

            Recomenda-se uma ingestão diária de 0,83 g de proteína por kg de peso corporal tanto para pessoas sedentárias quanto para pessoas que fazem algum treinamento físico.
Um aumento na ingestão diária de proteína não aprimorará a capacidade de realizar trabalho no treinamento intensivo, logo se torna desnecessária uma alta ingestão de proteína.
            Uma ingestão insuficiente de proteína pode acarretar vários problemas à saúde, como doenças, traumatismos, catabolismo muscular, desregulação hormonal etc., e em caso de atletas, pode deteriorar o desempenho físico.
            Em algumas situações, como atletas que treinam arduamente, pode haver um enorme catabolismo muscular, então se recomenda que haja um aumento na ingestão de proteínas para 1,2 a 1,8 g por kg de massa corporal.

Funções

            As proteínas desempenham várias funções no nosso corpo, como: regulação fisiológica, transporte de gases no sangue, contração muscular, estruturação e anabolismo muscular, proteção imunológica, regulação metabólica (enzimas), transporte de membrana e outras funções.

Dinâmica no exercício físico

            A proteína não é a principal fonte de energia durante o treinamento físico intenso e/ou prolongado, as principais fontes são os carboidratos e as gorduras. Mas quando as reservas de glicogênio estão baixas, o fracionamento das proteínas e a concomitante gliconeogênese desempenham algum papel no exercício físico intenso e/ou prolongado.
Para que as proteínas sejam utilizadas como substrato energético, elas devem ser clivadas em seus aminoácidos constituintes. Elas podem contribuir de duas maneiras. Primeiro, o aminoácido alanina pode ser convertido em glicose no fígado, o qual pode então sintetizar o glicogênio. O glicogênio hepático pode ser degrado em glicose e transportado ao músculo esquelético ativo por meio da circulação. Segundo, muitos aminoácidos, principalmente os aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina), podem ser convertidos em intermediários metabólicos e participar diretamente como substrato energético nos músculos esqueléticos.
A depleção das reservas de carboidratos acarreta um aumento significativo no catabolismo protéico durante o exercício físico. Assim sendo, os atletas que treinam vigorosamente em bases regulares devem manter níveis ótimos de glicogênio muscular e hepático a fim de minimizar a deteriorização no desempenho atlético.     

Referências bibliográficas

McARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
 

POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5 ed. Barueri: Manole, 2005.

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