Aproximadamente 4% da massa corporal consistem em 22 elementos essencialmente metálicos denominados minerais que se distribuem em todos os tecidos e líquidos corporais.
Os minerais ocorrem livremente na natureza, nos rios, nos lagos, nos oceanos e também no solo. O sistema de raízes das plantas absorve os minerais, que eventualmente são incorporados nos tecidos dos animais que consomem estas plantas.
Os minerais se combinam com outras substâncias químicas (cloreto de sódio – cloro e sódio; fosfato de cálcio – fósforo e cálcio) ou existem isoladamente (cálcio, potássio e sódio livres nos líquidos corporais).
Classificação
Os minerais são nutrientes inorgânicos importantes para o organismo animal e são divididos em duas classes: sete minerais são os macrominerais ou minerais principais (necessários em quantidades > 100 mg diários), são eles: cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro (cloreto) e magnésio; e quinze são oligoelementos ou elementos traços (necessários em quantidades < 100 mg diários), são eles: ferro, flúor, zinco, cobre, selênio, iodo (iodeto), cromo, manganês, cobalto, molibdênio, boro, silício, vanádio, arsênico e níquel.
Funções
Os minerais desempenham algumas funções proeminentes no corpo, como: proporcionam a estrutura dos ossos e dos dentes; ajudam a manter o ritmo cardíaco, a contratilidade muscular, a condutividade neural e o equilíbrio ácido-básico; regulam o metabolismo celular tornando-se parte das enzimas e dos hormônios que moldam as atividades celulares; funcionam na síntese dos macronutrientes biológicos; e outras funções.
Minerais: saúde e dinâmica no exercício físico
Uma dieta balanceada em geral proporciona uma ingestão adequada de minerais. À semelhança de um consumo excessivo de vitaminas, a ingestão excessiva de minerais não desempenha qualquer finalidade fisiológica útil e pode até produzir efeitos tóxicos.
A osteoporose alcançou proporções quase epidêmicas entre os indivíduos mais idosos, principalmente as mulheres. Uma ingestão de cálcio adequada e exercício físico regular com sustentação do peso corporal e/ou treinamento de resistência proporcionam uma defesa efetiva contra a perda óssea em qualquer idade.
Muitas mulheres que treinam arduamente não conseguem uma equivalência entre a ingestão energética e a produção de energia, tendo assim uma alimentação desordenada. Isso acaba reduzindo a massa corporal e a gordura corporal até um ponto que afeta negativamente a menstruação, contribuindo para uma perda óssea significativa em uma idade mais precoce, gerando a chamada tríade da mulher atleta (alimentação desordenada, oligoamenorréia ou amenorréia, osteoporose). Tomar cuidado com esses problemas, pois a restauração da menstruação no tempo normal nem sempre consegue restaurar plenamente a massa óssea.
A ingestão insuficiente de ferro ocorre com freqüência entre crianças pequenas, adolescentes e mulheres em idade fértil, incluindo mulheres fisicamente ativas. Isso pode resultar em anemia ferropriva, que afeta negativamente o desempenho no exercício aeróbio e a capacidade de realizar um treinamento pesado. Logo, essas mulheres, que são uma população em maior risco, precisam de uma quantidade de ferro adicional em 5 mg diariamente, o que resulta em 150 mg ao mês.
Mulheres que adotam dietas vegetarianas devem tomar cuidado, pois aumenta o risco de se instalar uma insuficiência de ferro no organismo. O ideal é ter uma dieta variada, contendo alimentos vegetais e animais.
A deficiência de ferro pode ocorrer em atletas que treinam intensamente, isso talvez se deva pela insuficiente ingestão de ferro; pela perda de hemoglobina pelo suor, pela urina ou pelas fezes; pelo sangramento gastrointestinal em corridas de longa distância; e pela menstruação, este nas mulheres. Uma avaliação periódica do estado das reservas corporais deve ser feita para determinar as características hematológicas e as reservas de ferro no organismo e através desta avaliação o atleta talvez seja recomendado a tomar uma suplementação rica em ferro. Mas se deve tomar cuidado, pois o consumo exagerado do mesmo pode alcançar níveis tóxicos e contribuir para o surgimento de algumas doenças, como: diabetes, doenças hepáticas, doenças cardíacas, doenças articulares, cânceres e doenças infecciosas.
A transpiração excessiva durante o exercício produz perdas significativas de água corporal e de minerais correlatos (sódio, potássio e cálcio) e estes devem ser repostos durante e após o exercício. A perda excessiva de água e eletrólitos afeta a tolerância ao calor e o desempenho físico nos exercícios e pode resultar em uma disfunção grave que culmina em cãibras induzidas pelo calor, exaustão pelo calor ou intermação. A perda de suor durante o exercício em geral não ocasiona um aumento da necessidade de minerais acima dos valores recomendados.
O consumo a longo e curto prazo de suplementos minerais acima dos níveis recomendados não beneficia o desempenho nos exercícios nem aprimora as responsividade ao treinamento.
Referências bibliográficas
McARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5 ed. Barueri: Manole, 2005.
VIEIRA, R. Fundamentos da Bioquímica: textos didáticos. Belém, 2003.
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