domingo, 29 de janeiro de 2012

Vitaminas e Exercício Físico




Natureza das vitaminas

            A descoberta formal das vitaminas revelou que se tratava de substâncias orgânicas de que o organismo necessitava em pequenas quantidades. As vitaminas são compostos orgânicos que não fornecem energia nem contribuem para a massa corporal, elas fazem parte de um grupo de biomoléculas não sintetizadas pelo ser humano (com exceção da vitamina D) e que precisam estar presentes em pequeníssimas concentrações na célula para que ocorram várias reações celulares indispensáveis para a vida. Elas devem ser obtidas do alimento ou, em alguns casos, da suplementação dietética.
As plantas sintetizam vitaminas e os animais as obtêm dos vegetais ou da carne de outros animais que consomem vegetais, o que garante o elo indispensável entre os animais e vegetais na cadeia alimentar, uma vez que são produzidas por vegetais, bactérias, fungos e animais, tornando-se indispensáveis na alimentação.

Classificação

Quimicamente, as treze vitaminas conhecidas são difíceis de serem classificadas, uma vez que pertencem às mais variadas classes químicas, por exemplo: a vitamina A é um terpeno, a vitamina B1 é uma amina, a vitamina C um ácido carboxílico etc. De uma maneira geral, classificam-se as vitaminas, quanto às características de solubilidade, como hidrossolúveis (B1, B2, B6, B12, C, biotina, ácido fólico, ácido pantotênico e niacina) e lipossolúveis (A, D, E, e K).
As vitaminas lipossolúveis se dissolvem e permanecem nos tecidos adiposos do organismo, eliminando a necessidade de ingeri-las diariamente. As vitaminas lipossolúveis não devem ser consumidas em excesso e sem supervisão médica, pois em excesso se acumulam nos tecidos corporais e podem aumentar até alcançar concentrações tóxicas.
As vitaminas hidrossolúveis atuam como co-enzimas, combinando-se com um composto protéico maior (apoenzima) para formar uma enzima e assim acelerar as reações químicas do corpo. Por causa da sua solubilidade em água, as vitaminas hidrossolúveis se dispersam nos líquidos corporais sem serem armazenadas em quantidades apreciáveis, se ingeridas em excesso são atóxicas e, eventualmente, são excretadas na urina.

Funções

As vitaminas desempenham importantes funções no organismo, como: funcionam como reguladores nas reações metabólicas (a maioria funcionando como co-fatores enzimáticos), facilitam a liberação de energia a partir dos nutrientes, desempenham funções-chave na síntese dos tecidos corporais, coagulação sanguínea, desempenham funções protetoras importantes como antioxidantes e outras funções.
As vitaminas A, C e E, assim como a pró-vitamina β-caroteno, desempenham funções protetoras importantes como antioxidantes. Uma dieta com os níveis apropriados desses micronutrientes ajuda a reduzir a possibilidades de ocorrer um dano induzido por radicais livres (estresse oxidativo) e pode proteger contra a doença cardíaca e o câncer.

Vitaminas: saúde e dinâmica no exercício físico

A atividade física eleva o metabolismo e aumenta a produção de radicais livres potencialmente prejudiciais à saúde. A dieta diária deve conter alimentos ricos em vitaminas antioxidantes e minerais para atenuar a possibilidade de ocorrer um estresse oxidativo.
            Para indivíduos bem nutridos, as defesas antioxidantes naturais do organismo realizam uma regulação ascendente na resposta a uma maior atividade física. O apoio a esta afirmação mostra que os efeitos benéficos do exercício regular reduzem a incidência de doenças cardíacas e de várias formas de câncer, cuja ocorrência está relacionada ao estresse oxidativo.
            A suplementação de vitaminas acima do recomendado não melhora o desempenho físico e esportivo e nem melhora o potencial de suportar um treinamento físico intenso. Pode ocorrer uma enfermidade grave em virtude do consumo em excesso de vitaminas lipossolúveis e, em algumas circunstâncias, de vitaminas hidrossolúveis.      
O uso indiscriminado de vitaminas como medicamento por pessoas leigas, que chegam a acreditar que são "elementos milagrosos e energéticos”, é uma preocupação constante dos profissionais de saúde, uma vez que se trata de moléculas altamente especializadas e sua ação tóxica pode trazer lesões graves para os sistemas biológicos, se não forem administradas com perícia e precaução.

Referências bibliográficas

McARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5 ed. Barueri: Manole, 2005.

VIEIRA, R. Fundamentos da Bioquímica: textos didáticos. Belém, 2003.



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