Na prescrição do exercício, busca-se a adaptação do
organismo para que este obtenha a aptidão física. Assim, os conceitos de
homeostase e estado estável são chaves para se entender essa adaptação.
Homeostase
A homeostase representa a manutenção do equilíbrio
necessário do ambiente no qual as células estão inseridas - o meio interno -
enquanto o organismo está em
repouso. Pois o nosso organismo está submetido à
interferência do meio ambiente (temperatura, umidade), de doenças, da fome
etc., então, o nosso organismo procura se manter estável e protegido para
manter esse equilíbrio interno.
O meio ambiente em que vivemos está sempre em
constante mudança: a temperatura e a pressão variam, a disponibilidade de água
e alimentos nem sempre é a mesma e esse mesmo ambiente possui diversos tipos de
agentes, biológicos ou não, que podem causar doenças. Por outro lado, o
organismo humano não pode apresentar grande variação de seus parâmetros -
temperatura corporal, pressão arterial e consumo de oxigênio. Portanto, para
sobreviver nesse ambiente instável e, às vezes, hostil o nosso organismo
precisa se ajustar a essas mudanças.
A
propriedade dos seres vivos de regular o seu ambiente interno de modo a manter
uma condição estável é chamada homeostase. O termo foi criado, em 1932, por
Walter Bradford Cannon, a partir do grego homeos
= similar ou igual, e stasis =
estático. Manter a homeostase significa que cada uma das células do nosso corpo
está sob condições apropriadas de funcionamento.
O fato de você manter seu bem-estar durante um dia em
que houve diversas mudanças de temperatura, por exemplo, significa que você
manteve a homeostase.
Estado estável
A condição homeostática do organismo significa estar em repouso. Nessa
situação as necessidades do organismo estão sendo atendidas de forma
facilitada. Entretanto, quando realizamos uma atividade física, a manutenção
das condições do organismo torna-se mais difícil, então, sempre que as
condições de repouso que caracterizam a homeostase são alteradas, o organismo
busca a adaptação até atingir o estado estável.
O estado estável é a estabilização das
características do meio interno em um novo nível de estresse, diferente do
estado de repouso, justamente porque o estado estável ocorre quando o organismo
está em atividade física ou em exercício. Quando o organismo está realizando
alguma atividade física, ele sai do repouso e da homeostase, então, precisa-se
de um tempo para equilibrar o metabolismo energético da atividade ou exercício
e quando ocorre esse equilíbrio, o corpo está em estado estável.
Por exemplo, durante um exercício físico a frequência
cardíaca e o consumo de oxigênio aumentam em relação ao estado homeostático, e
com isso o organismo precisa agir para alcançar um novo equilíbrio, até os
valores se estabilizarem novamente. Essa nova condição é chamada de estado
estável - do inglês steady state.
Desse modo, o estado estável não é homeostase, mas
uma condição em que as funções do organismo atingem uma constância dinâmica em
um novo nível.
Quando se trata de exercício físico, a
condição de estado estável tem muito mais importância que a condição de
homeostase.
Um aspecto interessante é que essa adaptação ocorre
de acordo com características pré-determinadas. Por exemplo, dois indivíduos
submetidos a uma mesma alteração da homeostase não vão apresentar adaptações
exatamente iguais.
Esse conhecimento é muito importante porque se
soubermos quais os princípios gerais que direcionam o tipo de adaptação
poderemos controlá-la. Esse conjunto de regras que determinam a forma de
adaptação é chamado de princípios biológicos do treinamento na área de
prescrição do exercício.
Observações:
- Estado estável ≠
Homeostase.
- Homeostase à Situação de repouso.
- Estado estável à Situação de exercício físico ou atividade
física.
Referências bibliográficas
McARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
NAVARRO,
F. Bioquímica e Bioenergética aplicada
ao exercício físico. Aula da Pós-graduação Lato Sensu em Fisiologia do
Exercício – Prescrição do Exercício da Universidade Gama Filho, 2012.
POWERS,
S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do
exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5 ed.
Barueri: Manole, 2005.
muito bom ...gostei muito e me ajudou a compreender melhor!
ResponderExcluirEu é que agradeço ter lhe ajudado, com as suas dúvidas!
ResponderExcluirÓtima explicação, parabéns!!
ResponderExcluirMuito obrigado!
ExcluirClaro e objetivo. Muito bom.
ResponderExcluirMuito obrigado!
ExcluirAdorei a explicação me ajudou bastante, MUITO BOM!
ResponderExcluirMuito obrigado!
ExcluirAdorei a explicação me ajudou bastante, MUITO BOM!
ResponderExcluirMuito obrigado!
ExcluirNossa texto muito bom me ajudou compreender 10 vezes melhor..
ResponderExcluirEu é que agradeço ter lhe ajudado, com as suas dúvidas!
ExcluirMUITO CLARO, PARABÉNS PROFESSOR.
ResponderExcluirEu é que agradeço ter lhe ajudado, com as suas dúvidas!
ExcluirMuito bom tirou todas minhas dúvidas , muito obrigado por compartilhar seu conhecimento
ResponderExcluirEu é que agradeço ter lhe ajudado, com as suas dúvidas!
Excluirolá professor grassas ao seu artigo consegui ir muito bem na realização da minha prova obrigado
ResponderExcluirEu que agradeço ter lhe ajudado Rodrigo. Espero ajudar sempre mais!
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