quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Homeostase e Estado estável


Na prescrição do exercício, busca-se a adaptação do organismo para que este obtenha a aptidão física. Assim, os conceitos de homeostase e estado estável são chaves para se entender essa adaptação.

Homeostase

A homeostase representa a manutenção do equilíbrio necessário do ambiente no qual as células estão inseridas - o meio interno - enquanto o organismo está em repouso. Pois o nosso organismo está submetido à interferência do meio ambiente (temperatura, umidade), de doenças, da fome etc., então, o nosso organismo procura se manter estável e protegido para manter esse equilíbrio interno.
O meio ambiente em que vivemos está sempre em constante mudança: a temperatura e a pressão variam, a disponibilidade de água e alimentos nem sempre é a mesma e esse mesmo ambiente possui diversos tipos de agentes, biológicos ou não, que podem causar doenças. Por outro lado, o organismo humano não pode apresentar grande variação de seus parâmetros - temperatura corporal, pressão arterial e consumo de oxigênio. Portanto, para sobreviver nesse ambiente instável e, às vezes, hostil o nosso organismo precisa se ajustar a essas mudanças.
A propriedade dos seres vivos de regular o seu ambiente interno de modo a manter uma condição estável é chamada homeostase. O termo foi criado, em 1932, por Walter Bradford Cannon, a partir do grego homeos = similar ou igual, e stasis = estático. Manter a homeostase significa que cada uma das células do nosso corpo está sob condições apropriadas de funcionamento.
O fato de você manter seu bem-estar durante um dia em que houve diversas mudanças de temperatura, por exemplo, significa que você manteve a homeostase.

Estado estável

A condição homeostática do organismo significa estar em repouso. Nessa situação as necessidades do organismo estão sendo atendidas de forma facilitada. Entretanto, quando realizamos uma atividade física, a manutenção das condições do organismo torna-se mais difícil, então, sempre que as condições de repouso que caracterizam a homeostase são alteradas, o organismo busca a adaptação até atingir o estado estável.
O estado estável é a estabilização das características do meio interno em um novo nível de estresse, diferente do estado de repouso, justamente porque o estado estável ocorre quando o organismo está em atividade física ou em exercício. Quando o organismo está realizando alguma atividade física, ele sai do repouso e da homeostase, então, precisa-se de um tempo para equilibrar o metabolismo energético da atividade ou exercício e quando ocorre esse equilíbrio, o corpo está em estado estável.
Por exemplo, durante um exercício físico a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio aumentam em relação ao estado homeostático, e com isso o organismo precisa agir para alcançar um novo equilíbrio, até os valores se estabilizarem novamente. Essa nova condição é chamada de estado estável - do inglês steady state.
Desse modo, o estado estável não é homeostase, mas uma condição em que as funções do organismo atingem uma constância dinâmica em um novo nível.
Quando se trata de exercício físico, a condição de estado estável tem muito mais importância que a condição de homeostase.
Um aspecto interessante é que essa adaptação ocorre de acordo com características pré-determinadas. Por exemplo, dois indivíduos submetidos a uma mesma alteração da homeostase não vão apresentar adaptações exatamente iguais.
Esse conhecimento é muito importante porque se soubermos quais os princípios gerais que direcionam o tipo de adaptação poderemos controlá-la. Esse conjunto de regras que determinam a forma de adaptação é chamado de princípios biológicos do treinamento na área de prescrição do exercício.
                    
Observações:

  • Estado estável ≠ Homeostase.
  • Homeostase à Situação de repouso.
  • Estado estável à Situação de exercício físico ou atividade física.

Referências bibliográficas

McARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

NAVARRO, F. Bioquímica e Bioenergética aplicada ao exercício físico. Aula da Pós-graduação Lato Sensu em Fisiologia do Exercício – Prescrição do Exercício da Universidade Gama Filho, 2012.

POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5 ed. Barueri: Manole, 2005.

18 comentários:

  1. muito bom ...gostei muito e me ajudou a compreender melhor!

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  2. Eu é que agradeço ter lhe ajudado, com as suas dúvidas!

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  3. Ótima explicação, parabéns!!

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  4. Adorei a explicação me ajudou bastante, MUITO BOM!

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  5. Adorei a explicação me ajudou bastante, MUITO BOM!

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  6. Nossa texto muito bom me ajudou compreender 10 vezes melhor..

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  7. MUITO CLARO, PARABÉNS PROFESSOR.

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  8. Muito bom tirou todas minhas dúvidas , muito obrigado por compartilhar seu conhecimento

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  9. olá professor grassas ao seu artigo consegui ir muito bem na realização da minha prova obrigado

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    1. Eu que agradeço ter lhe ajudado Rodrigo. Espero ajudar sempre mais!

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