sábado, 28 de março de 2015

Cafeína e seus efeitos ergogênicos


A cafeína é uma das substâncias mais antigas e utilizadas do mundo com o objetivo de aumentar a potência física e mental (WILLIAMS, 1991; DODD et al., 1993; WILLIAMS, 1998). Ela pode ser classificada como um ergogênico farmacológico, mas também pode ser considerada um ergogênico nutricional por ser normalmente encontrada em alguns alimentos (ALVES, 2002). É considerada como um nutriente não-essencial, cujos efeitos no nosso organismo incluem a estimulação do Sistema Nervoso Central, diurese, lipólise e secreção de ácido gástrico (WILLIAMS, 1998). 
A cafeína, teoricamente, pode melhorar o desempenho por meio de múltiplos mecanismos, como: a redução da utilização do glicogênio muscular durante a atividade física, provavelmente por elevar as taxas de ácidos graxos livres no sangue; estimular o Sistema Nervoso Central, aumentando o estado de alerta (WILLIAMS, 1998). Ela também facilita a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático no músculo esquelético, estimulando a contração muscular. Esse efeito está relacionado ao aumento da força muscular, o que melhoraria o desempenho de atividades de alta intensidade e curta duração (DODD et al., 1993; WILLIAMS, 1998). 
Contudo, diferentes estudos demonstraram que a cafeína parece não aumentar a força muscular (BOND et al., 1986; WILLIAMS, 1991). 
A cafeína é relativamente segura, porém as tolerâncias individuais variam e, com isso, podem existir efeitos colaterais (ALVES, 2002). O consumo excessivo de cafeína pode provocar rubor facial, ansiedade, nervosismo, tremor das mãos, insônia e até mesmo disritmias cardíacas e perda de memória (TARNOPOLSKY, 1993; WILLIAMS, 1998). 
Além disso, ela pode levar ao aumento da produção de calor em repouso, aumentando a temperatura corporal, ocasionando uma redução no desempenho de exercícios realizados sob altas temperaturas. Alguns atletas também relatam sentir náuseas e dores de estômago com o consumo excessivo de cafeína (RYAN, 1999 apud ALVES, 2002). 
Por aumentar a diurese, a cafeína teoricamente pode promover desidratação (TARNOPOLSKY, 1993). 
Pessoas com problemas de saúde tais como os hipertensos, devem ter cautela antes de iniciar a utilização de cafeína (ALVES, 2002).
            Logo, antes de se submeter ao uso de alguma substância ergogênica procure uma orientação médica e nutricional.

Referências Bibliográficas

ALVES, L. A. Recursos ergogênicos nutricionais. Revista do Ministério da Educação Física, Viçosa, v. 10, n. 1, p. 23-50, 2002. 

BOND, V. et al. Caffeine ingestion and isokinetic strength. British Journal of Sports Medicine, v. 20, p. 135-137, 1986. 

DODD, S. L.; HERB, R. A.; POWERS, S. K. Caffeine and exercise performance. Sports Medicine, v. 15, n. 1, p. 14-23, 1993. 

TARNOPOLSKY, M. A. et al. Protein, caffeine and sports. The Physician and Sports Medicine, v. 21, n. 3, p. 137-147, 1993. 

WILLIAMS, J. H. Caffeine, neuromuscular function and high-intensity exercise performance. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 31, n. 3, p. 481-489, 1991. 

WILLIAMS, Melvin H. The ergogenic edge: pushing the limits of sports performance. Human Kinetics, 1998. 



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