A cafeína é uma das substâncias mais antigas e utilizadas do mundo
com o objetivo de aumentar a potência física e mental (WILLIAMS, 1991; DODD et
al., 1993; WILLIAMS, 1998). Ela pode ser classificada como um ergogênico
farmacológico, mas também pode ser considerada um ergogênico nutricional por
ser normalmente encontrada em alguns alimentos (ALVES, 2002). É considerada
como um nutriente não-essencial, cujos efeitos no nosso organismo incluem a
estimulação do Sistema Nervoso Central, diurese, lipólise e secreção de ácido
gástrico (WILLIAMS, 1998).
A cafeína, teoricamente, pode melhorar o desempenho por meio de
múltiplos mecanismos, como: a redução da utilização do glicogênio muscular
durante a atividade física, provavelmente por elevar as taxas de ácidos graxos
livres no sangue; estimular o Sistema Nervoso Central, aumentando o estado de
alerta (WILLIAMS, 1998). Ela também facilita a liberação de cálcio do retículo
sarcoplasmático no músculo esquelético, estimulando a contração muscular. Esse
efeito está relacionado ao aumento da força muscular, o que melhoraria o
desempenho de atividades de alta intensidade e curta duração (DODD et al.,
1993; WILLIAMS, 1998).
Contudo, diferentes estudos demonstraram que a cafeína parece não
aumentar a força muscular (BOND et al., 1986; WILLIAMS, 1991).
A cafeína é relativamente segura, porém as tolerâncias individuais
variam e, com isso, podem existir efeitos colaterais (ALVES, 2002). O consumo
excessivo de cafeína pode provocar rubor facial, ansiedade, nervosismo, tremor
das mãos, insônia e até mesmo disritmias cardíacas e perda de memória
(TARNOPOLSKY, 1993; WILLIAMS, 1998).
Além disso, ela pode levar ao aumento da produção de calor em
repouso, aumentando a temperatura corporal, ocasionando uma redução no
desempenho de exercícios realizados sob altas temperaturas. Alguns atletas
também relatam sentir náuseas e dores de estômago com o consumo excessivo de
cafeína (RYAN, 1999 apud ALVES, 2002).
Por aumentar a diurese, a cafeína teoricamente pode promover
desidratação (TARNOPOLSKY, 1993).
Pessoas com problemas de saúde tais como os hipertensos, devem ter
cautela antes de iniciar a utilização de cafeína (ALVES, 2002).
Logo, antes de se submeter ao uso de
alguma substância ergogênica procure uma orientação médica e nutricional.
Referências Bibliográficas
ALVES, L. A. Recursos
ergogênicos nutricionais. Revista do Ministério da Educação Física, Viçosa,
v. 10, n. 1, p. 23-50, 2002.
BOND, V. et al. Caffeine ingestion and isokinetic strength. British Journal of
Sports Medicine, v. 20, p. 135-137, 1986.
DODD, S. L.; HERB, R. A.; POWERS, S. K. Caffeine and exercise performance.
Sports Medicine, v. 15, n. 1, p. 14-23, 1993.
TARNOPOLSKY, M. A. et al. Protein, caffeine and sports. The
Physician and Sports Medicine, v. 21, n. 3, p. 137-147, 1993.
WILLIAMS, J. H. Caffeine, neuromuscular function and high-intensity exercise
performance. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 31, n.
3, p. 481-489, 1991.
WILLIAMS, Melvin H. The ergogenic edge: pushing the limits of sports performance. Human
Kinetics, 1998.
Nenhum comentário:
Postar um comentário