domingo, 17 de abril de 2016

Perigo da realização da Manobra de Valsalva em praticantes de musculação hipertensos



Uma grande característica do treinamento de força com cargas elevadas (>85% 1RM) é o aumento do componente isométrico e a realização da Manobra de Valsalva (GUEDES e colaboradores, 2008).
À medida que se elevam as cargas de treinamento, ocorre, diretamente, uma redução da velocidade de movimento, e, em virtude de uma lei que diz que “a velocidade é inversamente proporcional à resistência”, cargas extremamente pesadas elevam, consideravelmente, o componente isométrico da contração muscular. Portanto, essa situação promove aumento da pressão intramuscular e comprime os vasos sanguíneos dentro dos músculos ativos e podendo ocorrer bloqueio da respiração (GUEDES e colaboradores, 2008).
Esse tipo de situação deve ser evitado durante a realização dos exercícios de força; logo, os hipertensos devem ser incentivados a realizar o número predeterminado de repetições, entre 10 e 15 repetições, não utilizando o seu esforço máximo ou, em alguns casos, submáximo e deixando chegar à falha voluntária (CAHÚ, 2015); assim, ao término da última repetição, ele deveria ser capaz de realizar mais uma ou duas repetições.
A Manobra de Valsalva pode ser caracterizada pela expiração forçada contra uma glote fechada. Habitualmente, esta condição é percebida durante exercícios de grande intensidade, como, também no exercício isométrico. Com a realização dessa manobra, o retorno venoso é reduzido e a pressão arterial sistêmica sobe bruscamente. Além disso, essa condição pode provocar vertigens e até desmaios (MCARDLE e colaboradores, 2003).
Vale ressaltar que as respostas cardiovasculares ao exercício resistido de alta intensidade também estão associadas às respostas da Manobra de Valsalva (NEGRÃO e BARRETO, 2005). É por essa razão que os indivíduos hipertensos devem abster-se de realizar a contração muscular voluntária máxima (falha muscular) (CAHÚ, 2015), evitando a Manobra de Valsalva e utilizando uma respiração passiva (GUEDES e colaboradores, 2008).

Referências

CAHÚ, S. Curso: Prescrição de exercício físico para indivíduos com doenças cardiovasculares. Auditório FCM/UPE: Recife, 2015.

GUEDES, D. P. e colaboradores. Treinamento personalizado em musculação. São Paulo: Phorte, 2008.

MCARDLE, W. D. e colaboradores. Fisiologia do exercício: Energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

NEGRÃO, C.; BARRETO, A. C. P. Cardiologia do exercício: Do atleta ao cardiopata. Barueri: Manole, 2005.



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