Uma
grande característica do treinamento de força com cargas elevadas (>85% 1RM)
é o aumento do componente isométrico e a realização da Manobra de Valsalva (GUEDES
e colaboradores, 2008).
À medida
que se elevam as cargas de treinamento, ocorre, diretamente, uma redução da
velocidade de movimento, e, em virtude de uma lei que diz que “a velocidade é
inversamente proporcional à resistência”, cargas extremamente pesadas elevam,
consideravelmente, o componente isométrico da contração muscular. Portanto,
essa situação promove aumento da pressão intramuscular e comprime os vasos
sanguíneos dentro dos músculos ativos e podendo ocorrer bloqueio da respiração (GUEDES
e colaboradores, 2008).
Esse
tipo de situação deve ser evitado durante a realização dos exercícios de força;
logo, os hipertensos devem ser incentivados a realizar o número predeterminado
de repetições, entre 10 e 15 repetições, não utilizando o seu esforço máximo ou,
em alguns casos, submáximo e deixando chegar à falha voluntária (CAHÚ, 2015);
assim, ao término da última repetição, ele deveria ser capaz de realizar mais
uma ou duas repetições.
A
Manobra de Valsalva pode ser caracterizada pela expiração forçada contra uma
glote fechada. Habitualmente, esta condição é percebida durante exercícios de
grande intensidade, como, também no exercício isométrico. Com a realização
dessa manobra, o retorno venoso é reduzido e a pressão arterial sistêmica sobe
bruscamente. Além disso, essa condição pode provocar vertigens e até desmaios
(MCARDLE e colaboradores, 2003).
Vale
ressaltar que as respostas cardiovasculares ao exercício resistido de alta
intensidade também estão associadas às respostas da Manobra de Valsalva (NEGRÃO
e BARRETO, 2005). É por essa razão que os indivíduos hipertensos devem
abster-se de realizar a contração muscular voluntária máxima (falha muscular)
(CAHÚ, 2015), evitando a Manobra de Valsalva e utilizando uma respiração
passiva (GUEDES e colaboradores, 2008).
Referências
CAHÚ, S. Curso: Prescrição de exercício físico para indivíduos com doenças cardiovasculares.
Auditório FCM/UPE: Recife, 2015.
GUEDES, D. P. e
colaboradores. Treinamento personalizado
em musculação. São Paulo: Phorte, 2008.
MCARDLE, W. D. e
colaboradores. Fisiologia do exercício: Energia,
nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
NEGRÃO, C.; BARRETO, A. C.
P. Cardiologia do exercício: Do atleta ao cardiopata. Barueri: Manole, 2005.
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