quinta-feira, 14 de abril de 2016

Whey Protein, proteína mTor e anabolismo muscular




A proteína do soro do leite ou whey protein, como é popularmente conhecida, é um suplemento proteico muito difundido entre os praticantes de atividades físicas recreativas e atletas. Comercialmente ela é apresentada em três formatos: whey protein concentrado (WPC), whey protein isolado (WPI) e whey protein hidrolisado (WPH). A WPC pode conter de 29% a 89% de proteína para cada 100 gramas de produto, sendo complementado por conteúdo de carboidratos e lipídeos. A WPI e WPH podem conter de 90% a 95% de proteína total para cada 100 gramas de produto, sendo quase sempre apresentados sem o complemento de carboidratos e/ou lipídeos. 
A mTOR (rapamicina em mamíferos) é uma importante via anabólica celular que é responsável por grande parte da resposta anabólica ao estímulo de nutrientes. Em indivíduos adultos , os aminoácidos (leucina especificamente) são responsáveis por desencadear a ativação mTOR (NORTON; LAYMAN, 2006). 
O consumo da proteína do soro do leite tem mostrado resultados positivos no aumento da síntese pós-prandial de proteínas miofibrilares (crescimento muscular - hipertrofia) quando associadas ao exercício físico, esse processo ocorre através do fornecimento de um pool de aminoácidos que tem a capacidade de realizar a sinalização celular necessária para a ativação da via mTOR (MACÊDO, 2016). 
A fosforilação (adição de um grupo fosfato) de mTOR e a consequente cascata bioquímica de reações de anabolismo pode ser melhorada pelo consumo de aminoácidos essenciais, dentre os quais se destaca a leucina, podendo então potencializar a síntese de proteínas miofibrilares, ocasionando hipertrofia muscular (MACÊDO, 2016). Se os níveis de leucina aumentam, mTOR torna-se ativo e ativa outros componentes da via de síntese de proteínas porque níveis elevados de leucina indicam um estado alimentado e que ampla quantidade de aminoácidos estão presentes para a síntese de proteínas a ocorrer. Se os níveis de leucina caem, mTOR torna-se menos ativo e isso é sentido como se não houvesse aminoácidos e energia suficientes para continuar a síntese de proteínas (NORTON; LAYMAN, 2006).
No entanto, a leucina, de forma isolada, não é o único fator responsável pelas adaptações metabólicas induzidas pela proteína do soro do leite, que por sua vez apresenta um perfil aminoácido rico e necessita de fatores externos como a prática de exercício físico e o adequado balanço proteico da alimentação para estimular as principais vias anabólicas musculares, não sendo recomendo seu consumo isolado com fins de hipertrofia (MACÊDO, 2016).

Referências

NORTON, L. E.; LAYMAN, D. K. Leucine Regulates Translation Initiation of Protein Synthesis in Skeletal Muscle after Exercise. J Nutr. v. 136. n. 2 . p.533-537. 2006.

MACEDO, M. R. C. Whey protein e a sinalização de mTor. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. v. 10. n. 56. p.124-125. 2016.


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