A proteína do soro do
leite ou whey protein, como é popularmente conhecida, é um suplemento proteico
muito difundido entre os praticantes de atividades físicas recreativas e
atletas. Comercialmente ela é apresentada em três formatos: whey protein
concentrado (WPC), whey protein isolado (WPI) e whey protein hidrolisado (WPH).
A WPC pode conter de 29% a 89% de proteína para cada 100 gramas de produto,
sendo complementado por conteúdo de carboidratos e lipídeos. A WPI e WPH podem
conter de 90% a 95% de proteína total para cada 100 gramas de produto, sendo
quase sempre apresentados sem o complemento de carboidratos e/ou lipídeos.
A mTOR (rapamicina em
mamíferos) é uma importante via anabólica celular que é responsável por grande
parte da resposta anabólica ao estímulo de nutrientes. Em indivíduos adultos ,
os aminoácidos (leucina especificamente) são responsáveis por desencadear a
ativação mTOR (NORTON; LAYMAN, 2006).
O consumo da proteína do
soro do leite tem mostrado resultados positivos no aumento da síntese
pós-prandial de proteínas miofibrilares (crescimento muscular - hipertrofia)
quando associadas ao exercício físico, esse processo ocorre através do
fornecimento de um pool de aminoácidos que tem a capacidade de realizar a
sinalização celular necessária para a ativação da via mTOR (MACÊDO, 2016).
A fosforilação (adição de
um grupo fosfato) de mTOR e a consequente cascata bioquímica de reações de
anabolismo pode ser melhorada pelo consumo de aminoácidos essenciais, dentre os
quais se destaca a leucina, podendo então potencializar a síntese de proteínas
miofibrilares, ocasionando hipertrofia muscular (MACÊDO, 2016). Se os níveis de
leucina aumentam, mTOR torna-se ativo e ativa outros componentes da via de
síntese de proteínas porque níveis elevados de leucina indicam um estado alimentado
e que ampla quantidade de aminoácidos estão presentes para a síntese de
proteínas a ocorrer. Se os níveis de leucina caem, mTOR torna-se menos ativo e
isso é sentido como se não houvesse aminoácidos e energia suficientes para
continuar a síntese de proteínas (NORTON; LAYMAN, 2006).
No entanto, a leucina, de
forma isolada, não é o único fator responsável pelas adaptações metabólicas
induzidas pela proteína do soro do leite, que por sua vez apresenta um perfil
aminoácido rico e necessita de fatores externos como a prática de exercício
físico e o adequado balanço proteico da alimentação para estimular as
principais vias anabólicas musculares, não sendo recomendo seu consumo isolado
com fins de hipertrofia (MACÊDO, 2016).
Referências
NORTON,
L. E.; LAYMAN, D. K. Leucine Regulates Translation Initiation of Protein
Synthesis in Skeletal Muscle after Exercise. J Nutr. v. 136. n. 2 . p.533-537. 2006.
MACEDO, M. R. C. Whey protein e a sinalização de
mTor. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. v. 10. n. 56. p.124-125. 2016.
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