sábado, 23 de novembro de 2013

Efeitos de alguns suplementos alimentares isoladamente



Aminoácidos de cadeias ramificadas (BCAAs):

Os aminoácidos de cadeia ramificada compreendem três aminoácidos essenciais (leucina, isoleucina e valina), encontrados, principalmente, em fontes protéicas de origem animal. São conhecidos como BCAAs, sigla derivada de sua designação em inglês: Branched Chain Amino Acids.
Alguns efeitos da suplementação com BCAAs têm sido sugeridos, tais como: auxiliam na hipertrofia muscular, ação anticatabólica, poupam glicogênio, retardam a fadiga central e melhoram o sistema imunológico.

Creatina:

Dentre os recursos ergogênicos, os quais existem estudos sobre um possível aumento no rendimento físico está a creatina, que tem se tornado um dos mais populares ultimamente. Os efeitos da suplementação dessa substância baseiam-se na teoria de que a suplementação aumentaria a força e a velocidade nas atividades físicas, nas quais a fonte de energia predominante é proveniente do Sistema Energético Alático ou ATP-CP.
A creatina é uma substância osmoticamente ativa. Com isso, o aumento da concentração intracelular de creatina pode induzir o fluxo de água para o interior das células, explicando em parte o aumento da massa corporal magra observado após o período de carga da suplementação de creatina. Logo estudos estão sugerindo que o aumento da massa corporal se deve principalmente à retenção hídrica.
Muitos estudos indicam que a dose de carga da suplementação de creatina leva ao aumento da massa corporal total e da massa corporal magra. Grande parte das pesquisas realizadas com a suplementação de creatina que procuraram observar seus efeitos ergogênicos sobre a força e a potência mostrou resultados positivos. No entanto, alguns estudos falharam em demonstrar esse efeito.
Logo, há contradições nos estudos sobre os efeitos da creatina nos exercícios físicos, principalmente os de força, necessitando assim de mais estudos que melhor elucidam seus efeitos nos treinos de hipertrofia.

L-Carnitina:

Alguns dos efeitos da suplementação de L-carnitina sobre o desempenho de indivíduos saudáveis já foram propostos, como: aumento da oxidação de ácidos graxos; decréscimo nas taxas de depleção dos estoques de glicogênio; alteração na predominância do substrato energético utilizado pelo músculo, isto é, maior utilização de ácidos graxos, em vez do glicogênio; menor produção de ácido lático, uma vez que esta enzima converte o piruvato a acetil-Coenzima A, desviando-o da formação do ácido lático; retardo da fadiga muscular; reposição da carnitina utilizada durante o exercício; e efeito protetor contra a dor e os danos causados pelo exercício excêntrico, provavelmente devido à vasodilatação tipicamente acompanhada da suplementação de L-carnitina.

L-Glutamina:

Existem algumas propostas em relação aos efeitos da suplementação de glutamina: possui ação anticatabólica; representa uma fonte de energia em situações de aumento da demanda energética; auxilia na remoção dos metabólitos da atividade física; e fortalece o sistema imunológico.

Beta-Hidroxi-Beta-Metilbutirato (HMB):

O metabolismo do HMB e sua ação não estão completamente esclarecidos, porém existem alguns indícios do aumento da força; diminuição do percentual de gordura; aumento da massa muscular; diminuição do catabolismo protéico (proteólise).
           
Cafeína:

A cafeína é uma das substâncias mais antigas e utilizadas do mundo com o objetivo de aumentar a potência física e mental. Ela pode ser classificada como um ergogênico farmacológico, mas também pode ser considerada um ergogênico nutricional por ser normalmente encontrada em alguns alimentos. É considerada um nutriente não-essencial, cujos efeitos no nosso organismo incluem a estimulação do Sistema Nervoso Central, diurese, lipólise e secreção de ácido gástrico.
A cafeína, teoricamente, pode melhorar o desempenho por meio de múltiplos mecanismos, como: redução da utilização do glicogênio muscular durante a atividade física, provavelmente por elevar as taxas de ácidos graxos livres no sangue; estimular o Sistema Nervoso Central, aumentando o estado de alerta. Ela também facilita a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático no músculo esquelético, estimulando a contração muscular. Esse efeito está relacionado ao aumento da força muscular, o que melhoraria o desempenho de atividades de alta intensidade e curta duração.
Contudo, diferentes estudos demonstraram que a cafeína parece não aumentar a força muscular.
A cafeína é relativamente segura, porém as tolerâncias individuais variam e, com isso, podem existir efeitos colaterais. O consumo excessivo de cafeína pode provocar rubor facial, ansiedade, nervosismo, tremor das mãos, insônia e até mesmo disritmias cardíacas e perda de memória.
Além disso, ela pode levar ao aumento da produção de calor em repouso, aumentando a temperatura corporal, ocasionando uma redução no desempenho de exercícios realizados sob altas temperaturas. Alguns atletas também relatam sentir náuseas e dores de estômago com o consumo excessivo de cafeína.
Por aumentar a diurese, a cafeína teoricamente pode promover desidratação.
Pessoas com problemas de saúde tais como os hipertensos, devem ter cautela antes de iniciar a utilização de cafeína.

Carboidratos:

Ultimamente, os alimentos ou produtos à base de carboidratos estão sendo muito utilizados por atletas ou praticantes de atividade física, em especial os na forma líquida. Estes produtos são necessários para o fornecimento de energia durante a prática de exercício físico, pois servem como combustível energético, ajudando na preservação de proteínas, além de funcionar como “ativador” para o catabolismo lipídico e podendo ser ingeridos antes, durante e depois da prática de atividade física, para garantir energia, retardar a fadiga periférica e repor o estoque de glicogênio respectivamente. 

Proteína do soro do leite (Whey Protein):

Nas últimas décadas, numerosas pesquisas vêm demonstrando as qualidades nutricionais das proteínas solúveis do soro do leite, também conhecidas como whey protein. As proteínas do soro são extraídas da porção aquosa do leite, gerada durante o processo de fabricação do queijo.
Algumas de suas principais funções são: anabolismo muscular, através da redução do catabolismo protéico, favorecendo assim o ganho de força muscular e reduzindo a perda de massa muscular durante a perda de peso; redução da gordura corporal; e melhora do desempenho muscular.

Albumina:

A albumina é um suplemento com elevada concentração de proteínas, obtida a partir da clara do ovo desidratada e pasteurizada, sendo facilmente digerida e absorvida, seus efeitos mais conhecidos são: melhorar a síntese protéica e reduzir o catabolismo muscular.

Observação: O uso destas substâncias deve ser orientado e prescrito por nutricionistas, de preferência nutricionistas esportivos.

Texto retirado do seguinte artigo: OLIVEIRA, R. A. Efeitos da combinação de diferentes suplementos alimentares na hipertrofia muscular em praticantes de treinamento de força. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. Vol.7, Núm.40, 2013.
                                                                                                   

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Homeostase e Estado estável


Na prescrição do exercício, busca-se a adaptação do organismo para que este obtenha a aptidão física. Assim, os conceitos de homeostase e estado estável são chaves para se entender essa adaptação.

Homeostase

A homeostase representa a manutenção do equilíbrio necessário do ambiente no qual as células estão inseridas - o meio interno - enquanto o organismo está em repouso. Pois o nosso organismo está submetido à interferência do meio ambiente (temperatura, umidade), de doenças, da fome etc., então, o nosso organismo procura se manter estável e protegido para manter esse equilíbrio interno.
O meio ambiente em que vivemos está sempre em constante mudança: a temperatura e a pressão variam, a disponibilidade de água e alimentos nem sempre é a mesma e esse mesmo ambiente possui diversos tipos de agentes, biológicos ou não, que podem causar doenças. Por outro lado, o organismo humano não pode apresentar grande variação de seus parâmetros - temperatura corporal, pressão arterial e consumo de oxigênio. Portanto, para sobreviver nesse ambiente instável e, às vezes, hostil o nosso organismo precisa se ajustar a essas mudanças.
A propriedade dos seres vivos de regular o seu ambiente interno de modo a manter uma condição estável é chamada homeostase. O termo foi criado, em 1932, por Walter Bradford Cannon, a partir do grego homeos = similar ou igual, e stasis = estático. Manter a homeostase significa que cada uma das células do nosso corpo está sob condições apropriadas de funcionamento.
O fato de você manter seu bem-estar durante um dia em que houve diversas mudanças de temperatura, por exemplo, significa que você manteve a homeostase.

Estado estável

A condição homeostática do organismo significa estar em repouso. Nessa situação as necessidades do organismo estão sendo atendidas de forma facilitada. Entretanto, quando realizamos uma atividade física, a manutenção das condições do organismo torna-se mais difícil, então, sempre que as condições de repouso que caracterizam a homeostase são alteradas, o organismo busca a adaptação até atingir o estado estável.
O estado estável é a estabilização das características do meio interno em um novo nível de estresse, diferente do estado de repouso, justamente porque o estado estável ocorre quando o organismo está em atividade física ou em exercício. Quando o organismo está realizando alguma atividade física, ele sai do repouso e da homeostase, então, precisa-se de um tempo para equilibrar o metabolismo energético da atividade ou exercício e quando ocorre esse equilíbrio, o corpo está em estado estável.
Por exemplo, durante um exercício físico a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio aumentam em relação ao estado homeostático, e com isso o organismo precisa agir para alcançar um novo equilíbrio, até os valores se estabilizarem novamente. Essa nova condição é chamada de estado estável - do inglês steady state.
Desse modo, o estado estável não é homeostase, mas uma condição em que as funções do organismo atingem uma constância dinâmica em um novo nível.
Quando se trata de exercício físico, a condição de estado estável tem muito mais importância que a condição de homeostase.
Um aspecto interessante é que essa adaptação ocorre de acordo com características pré-determinadas. Por exemplo, dois indivíduos submetidos a uma mesma alteração da homeostase não vão apresentar adaptações exatamente iguais.
Esse conhecimento é muito importante porque se soubermos quais os princípios gerais que direcionam o tipo de adaptação poderemos controlá-la. Esse conjunto de regras que determinam a forma de adaptação é chamado de princípios biológicos do treinamento na área de prescrição do exercício.
                    
Observações:

  • Estado estável ≠ Homeostase.
  • Homeostase à Situação de repouso.
  • Estado estável à Situação de exercício físico ou atividade física.

Referências bibliográficas

McARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

NAVARRO, F. Bioquímica e Bioenergética aplicada ao exercício físico. Aula da Pós-graduação Lato Sensu em Fisiologia do Exercício – Prescrição do Exercício da Universidade Gama Filho, 2012.

POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5 ed. Barueri: Manole, 2005.

Treinamento de Força e Hipertrofia Muscular

 



Treinamento de força

Segundo Santarém (2000), o treinamento de força é definido como um conjunto de exercícios que apresentam alguma forma de resistência graduável ocasionando a contração muscular, sendo que em sua maioria a resistência são pesos.
O treinamento de força, também conhecido como treinamento contra resistência, treinamento com pesos ou, popularmente, musculação, tornou-se uma das formas mais populares de exercício para melhorar a aptidão física e para o condicionamento de atletas e não-atletas. É um tipo de exercício que exige que a musculatura do corpo promova movimentos (ou tente mover) contra a oposição de uma força geralmente exercida por algum tipo de equipamento. Os indivíduos que participam de um programa de treinamento de força esperam que ele produza determinados benefícios, tais como aumento de força, aumento de massa magra (hipertrofia muscular), diminuição da gordura corporal, melhoria do desempenho físico em atividades esportivas e da vida diária e melhoria do desempenho motor (Fleck e Kraemer, 2006).
Um programa de treinamento de força bem elaborado e consistentemente desenvolvido pode produzir todos esses benefícios. Com isso, pode produzir alterações na composição corporal, na força, na hipertrofia muscular e no desempenho motor que muitos indivíduos desejam (Fleck e Kraemer, 2006; Bompa e Cornachia, 2000).

Hipertrofia muscular

A hipertrofia muscular é definida como um aumento/crescimento da massa muscular (McArdle, Katch e Katch, 2003; Fleck e Kraemer, 2006). O termo Hipertrofia é conceituado de uma forma bem resumida, de acordo com Bompa e Cornachia (2000), como o aumento da área da secção transversa do músculo. Os tradicionais exercícios com pesos são reconhecidos pela sua eficiência em aumentar a massa muscular (Santarém, 2000).
Ainda abordando os conceitos do termo hipertrofia, Wilmore e Costill (2001) afirmam que a hipertrofia é o aumento do tamanho muscular, decorrente do treinamento de força, onde ocorrem alterações estruturais reais do músculo.
O treinamento de força realizado dentro dos seus princípios (volume, intensidade, intervalo de recuperação entre as séries, ordem dos exercícios, entre outros) pode ocasionar ganhos substanciais na força e na hipertrofia muscular (Fleck e Kraemer, 2006; Bompa e Cornachia, 2000).
O exercício de força representa um estímulo específico que normalmente resulta em aumento de massa muscular, indicando aumento de proteínas intracelulares como actina e miosina e, também de outras moléculas como creatina, glicogênio e água (Henriksson, 1995; Deschenes e Kraemer, 2002).
Os aumentos observados no volume muscular são derivados dos aumentos agudos e crônicos no turnover (catabolismo e anabolismo) protéico muscular, de forma que a síntese exceda a degradação protéica, como explica Chesley e colaboradores (1992) citado por Novaes e Vianna (2003).

Referências bibliográficas

Bompa, T.O; Cornacchia, L.J. Treinamento de Força Consciente. São Paulo. Editora Phorte, 2000.

Deschenes, M. R.; Kraemer, W. J. Performance and physiologic adaptations to resistance training. Am J Phys Med Rehabil. Vol. 81. 2002. p. 3-16.

Fleck, S. J.; Kraemer, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3ª edilção. Porto Alegre. Artmed. 2006.

Henriksson, J. Effect of training and nutrition on the development of skeletal muscle. J Sports Sci. Vol. 13. 1995. p. 25-30.

McArdle, W.; Katch, F. I.; Katch, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5ª edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2003.

Novaes, J. S.; Vianna, J. M. Personal training e Condicionamento Físico em Academia. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

Santarém, J. M. O que são exercícios resistidos?. Centro de Estudo em Ciências da Atividade Física/FMUSP. 2000.

Wilmore, J.H.; Costill, D.L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. São Paulo. Editora Manole. 2001.

Oliveira, R. A. Treinamento de força e hipertrofia. Disponível em: http://www.exerciciofisicocomsaude.com.br/treinamento-de-forca-e-hipertrofia/



sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Contribuições dos exercícios físicos para o sistema cardiovascular

 

A atividade física funciona como um estímulo para vários sistemas do corpo, especialmente o nervoso, cardiovascular, endócrino e respiratório. Isto promove adaptações que variam com o tipo, duração e intensidade do exercício, com o objetivo de promover o aumento do metabolismo muscular.
O exercício físico provoca uma série de respostas fisiológicas, resultantes de adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular. Diversos estudos demonstraram o seu efeito benéfico sobre a pressão arterial. Sendo a hipertensão arterial sistêmica uma entidade de alta prevalência e elevada morbilidade e mortalidade na população, o exercício físico tem importante papel como elemento não medicamentoso para o seu controle ou como coadjuvante ao tratamento farmacológico.
Já se sabe que exercícios físicos regulares estão associados a uma considerável redução no risco de ataque cardíaco, derrame e outros eventos cardiovasculares. Porém, ainda não estavam claras, até agora, as razões desse efeito protetor. Uma pesquisa com mais de 27 mil mulheres, publicada na revista “Circulation”, tentou desvendar essa relação. Segundo o artigo, os efeitos benéficos dos exercícios são responsáveis por cerca de 60% da saúde cardíaca. E o papel da atividade física na regulação de biomarcadores que influenciam a função dos vasos sangüíneos e a inflamação das artérias (fibrinogênio, proteína C-reativa e molécula de adesão intercelular) teve a maior contribuição na redução do risco cardíaco (33%), seguido pela diminuição da pressão sangüínea pelos exercícios (27%) e dos efeitos favoráveis da atividade física na gordura corporal (15%).
O nível de condicionamento físico determina a eficiência com que o sistema cardiovascular fornece oxigênio à medida que ocorre o aumento da atividade muscular, possibilitando o uso de mais energia com uma freqüência cardíaca menor, além de aumentar o número de mitocôndrias e os níveis de enzimas envolvidas na síntese aeróbia de ATP. Este é um processo de adaptação às demandas do exercício físico, de modo que mais energia torne-se disponível para o trabalho com menos fadiga.


Referências Bibliográficas

Estudo mostra como exercícios físicos reduzem risco cardiovascular. Disponível em:<http://blogboasaude.zip.net/arch2007-10-21_2007-10-27.html>. Acesso em: 30 mar. 2008.

AGUILAR-SILVA, R. H.; CINTRA, B. B.; MILANIi, S., MORAES, T. P., TSUJI, H. Estado antioxidante do sangue como indicador da eficiência do treinamento em nadadores. Revista Brasileirade Ciência e Movimento. Brasília, v.10, n. 3, p. 07-11, jul. 2002.

Exercícios físicos como medida terapêutica na hipertensão arterial: efeitos agudos e crônicos. Disponível em: <http://www.oboulo.com/exercicios-fisicos-como-medida-terapeutica-na-hipertensao-arterial-efeitos-agudos-34618.html

Percepção Subjetiva do Esforço – Escala de Borg

A tabela abaixo facilita a compreensão da alteração da freqüência cardíaca através da própria percepção corporal, durante a prática de atividades físicas. Ela pode ser utilizada para qualquer atividade aeróbia, sendo recomendada como uma opção prática na observação da intensidade de esforço.
Os números de 6-20 são baseados na freqüência cardíaca de 60-200 batimentos por minuto. Sendo que o número 12 corresponde a aproximadamente 55% e o 16 a 85% da frequência cardíaca máxima.

Durante a prática de exercícios aeróbios a frequência cardíaca tende a subir e o maior temor das pessoas é passar dos limites máximos suportados pelo coração. Foi pensando nisso que Borg e Noble em 1974, desenvolveram esta tabela, relacionando o cansaço durante o exercício com o aumento da frequência cardíaca, tornando fácil o controle da intensidade nos exercícios.
Geralmente, quando as pessoas são sedentárias e inexperientes não têm muita noção do que seja um exercício fácil, exaustivo etc., elas acham que tudo está cansativo. É muito difícil no início identificarem esta diferença, mas com o tempo e a prática vão estabelecendo uma sensação adequada para cada um deles.
Para as pessoas sentirem que o exercício aeróbio está dentro de uma intensidade segura e ao mesmo tempo estão adquirindo os efeitos positivos do mesmo, elas necessitam manter-se dentro da seguinte faixa, 12-16.
Se as pessoas sentirem que o exercício está ficando muito cansativo, deve-se diminuir a velocidade e/ou a intensidade de esforço no exercício e se por outro lado, sentirem que está relativamente fácil, é sinal que se deve acelerar mais e/ou intensificar mais a qualidade de esforço, se quiserem obter os benefícios da atividade.
É importante lembrar que este teste não tem a pretensão de ser infalível por se tratar de uma medida subjetiva. Existem métodos mais precisos de se monitorar a frequência cardíaca como aparelhagens do tipo frequencímetros e métodos manuais.

Referência Bibliográfica

BORG; Noble. Monitorando a Intensidade do Exercício: Percepção Subjetiva do Esforço – Escala de Borg. 1974. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/avalia5.htm>.

 

Lipoproteínas


São associações entre proteínas e lipídios encontradas na corrente sanguínea, e que tem como função transportar e regular o metabolismo dos lipídios no plasma.
As lipoproteínas proporcionam o principal meio para transportar os lipídios no sangue. Se os lipídeos sanguíneos não estivessem ligados a uma proteína, eles literalmente flutuariam para a parte superior, como creme no leite fresco não-homogeneizado.  
A divisão das lipoproteínas é muito variável, e permite a classificação das mesmas em 5 grupos, de acordo com suas densidades e mobilidade eletroforética:

>> Quilomícron: É a lipoproteína menos densa, transportadora de triglicerídeos exógenos na corrente sanguínea;

>> VLDL: É a lipoproteína de densidade muito baixa, transportadora do triglicerídeos endógenos para o músculo e o tecido adiposo;

>> IDL: É a lipoproteína de densidade intermediária, é formada na transformação de VLDL em LDL;

>> LDL: É a lipoproteína de densidade baixa, é a principal transportadora de colesterol, seus níveis aumentados no sangue aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio;

>> HDL: É a lipoproteína de densidade alta, atua retirando o colesterol da circulação. Seus níveis aumentados no sangue estão associados a uma diminuição do risco de infarto agudo do miocárdio.

Referências

McARDLE, W.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.


EPOC



O EPOC, sigla derivada de sua designação em inglês: Excess Post-exercise Oxygen Consumption, literalmente, é o excesso do consumo de oxigênio após o exercício. Esse consumo excessivo é proporcional à intensidade da frequência cardíaca e à duração do exercício. Os fatores ambientais influem sobre esse consumo de oxigênio.
O EPOC é uma conseqüência da elevação do metabolismo na prática de atividade física. Esse metabolismo se mantém elevado algum tempo após o fim do exercício, consumindo por isso mais energia do que se estivesse totalmente em repouso. O débito de oxigênio (EPOC) equivale ao consumo de O2, após o exercício, acima dos valores de repouso.
Quando fazemos atividades físicas numa grande intensidade o stress imposto ao organismo faz com que ele aumente seu consumo de oxigênio para se recuperar, por isso é que gastamos mais calorias. A cada litro de oxigênio consumido gastamos 5 kcal, e quanto maior o esforço maior o gasto.
O EPOC pode durar até 48 horas após o exercício se o esforço for elevado ou se o trabalho for de caráter muscular moderado/intenso, e com isso aumentar o seu gasto em mais 15% no repouso, ou seja, parado você continua a gastar calorias.
O metabolismo (consumo de oxigênio) permanece elevado por vários minutos, isto depende principalmente da intensidade do exercício.
Fatores que contribuem para o EPOC são: excesso de O2 pós-exercício: ressíntese de creatina fosfato no músculo, remoção de lactato, restauração dos estoques de oxigênio nos músculos e no sangue, hormônios elevados.

 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Deixar de comer carboidratos à noite não ajuda a emagrecer

 

Muitas pessoas acreditam que deixar de comer carboidratos à noite é uma medida eficaz na perda de peso. Porém, isso é um mito e pode até mesmo fazer mal à saúde e prejudicar o sono. O que emagrece mesmo é a redução das calorias na dieta diária, não a característica dos alimentos, como explicou o endocrinologista Alfredo Halpern.
Além disso, não há nenhuma comprovação científica que o carboidrato engorda mais do que a proteína, o álcool ou a gordura, por exemplo. Por isso, não importa o que a pessoa come à noite, mas sim o que ela comeu ao longo de todo o dia, seja qual alimento for - se ela comeu mais calorias do que gastou, ela ganhará peso; se comeu menos do que gastou, conseguirá emagrecer.
O endocrinologista Alfredo Halpern alertou também que pular refeições não faz bem para a saúde. O ideal é comer várias vezes ao dia para evitar a fome em excesso. Além disso, o médico explicou que, durante as refeições, não é recomendável beber muito líquido - o ideal é beber água mais ou menos 1 hora antes de comer.

domingo, 20 de outubro de 2013

Resumo do Artigo de Revisão de Romário Araujo de Oliveira


Efeitos da combinação de diferentes suplementos alimentares na hipertrofia muscular em praticantes de treinamento de força

Romário Araujo de Oliveira1

Resumo

Introdução: Os suplementos alimentares caracterizam-se pelo consumo de nutrientes com grau de eficiência extremamente variável, proporcionado adaptações fisiológicas e melhora do desempenho físico, com isso os suplementos alimentares podem ser recursos ergogênicos. O consumo de suplementos alimentares cresce de maneira rápida com a finalidade tanto de aumento do rendimento esportivo quanto para melhoria da condição de saúde e estética (hipertrofia muscular). Os praticantes de musculação são os que mais utilizam suplementos alimentares, tendo como objetivo principal a hipertrofia muscular. Objetivo: O objetivo desta revisão foi analisar os efeitos da combinação de diferentes suplementos alimentares na hipertrofia muscular em praticantes de musculação. Revisão de literatura: Dos sete estudos analisados, seis mostraram que a combinação de diferentes suplementos alimentares proporciona aumento na força e hipertrofia muscular (aumento da massa corporal total e da massa corporal magra). Mas um estudo mostrou que o uso de suplementos alimentares não trouxe nenhum resultado significativo na hipertrofia muscular, que apenas o treinamento é suficiente. Conclusão: Então, conclui-se que os praticantes de musculação fazem uso de diferentes suplementos alimentares e que o seu uso, de acordo com os estudos, proporciona hipertrofia muscular, mas o uso destas substâncias deve ser orientado e prescrito por nutricionistas e que haja estudos mostrando os efeitos deletérios do uso combinado e exagerado destes produtos.

Palavras-chave: Suplementação. Suplementos. Treinamento de força. Hipertrofia muscular.

Referência:

1. OLIVEIRA, R. A. Efeitos da combinação de diferentes suplementos alimentares na hipertrofia muscular em praticantes de treinamento de força. Revista Brasileira de Fisiologia e Prescrição do Exercício. Vol.7, Núm.40, 2013.