A velocidade das respostas com que nosso corpo gerencia a queima ou o estoque de gordura, é prioritariamente desencadeada pelo grau de funcionamento de nosso metabolismo. Em outras palavras, nosso corpo funciona melhor quando os diversos setores de nossos sistemas orgânicos interligam-se de uma forma eficiente. Ou seja, quando nossos hormônios estão funcionando adequadamente junto de nossas respostas de neutralização dos danos provocados pela ferrugem e inflamação do oxigênio ou de outros agentes nutricionais deletérios, podemos presumir que a utilização e/ou absorção dos substratos energéticos serão consequência do quanto nosso corpo funcionará através da integração desses múltiplos sistemas. Isso é o que justifica a necessidade de incorporar hábitos de vida saudáveis pro resto de nossas vidas. A partir dessa condição é que conseguiremos programar adequadamente o funcionamento de nosso metabolismo e consequentemente iremos aumentar a eficiência da queima de gordura tanto em poucos dias ou após muitos anos.
Mas como conseguir deixar nosso metabolismo suficientemente ativado para desenvolver um funcionamento ótimo que permita a eficiência da queima de gordura, ganho ou manutenção da massa muscular e através dessa condição alcançar o emagrecimento?
A organização e alinhamento dos diversos fatores com sua individualidade biológica e hábitos de vida, são a melhor forma de encaixar de maneira prazerosa, todos os bons hábitos que irão melhorá seu metabolismo. Entretanto, para que isso aconteça é importante alinhar a mentalidade a prática de exercícios físicos e alimentação. Ambos, realizados inteligentemente de acordo com seu estilo de vida.
No artigo recentemente publicado no International Journal of Endocrinology and Metabolic Disorders, Santiago Paes e Renato Biachinni, sintetizam as principais estratégias responsáveis pela garantia do sucesso de qualquer programa de emagrecimento. São aspectos importantes e fundamentais, que de forma simples e orientado por profissionais de educação física, nutrição, psicologia, medicina entre outros, aumentam as chances de sucesso no que tange a redução do peso corporal e percentual de gordura e ganho de massa muscular.
1. Entender o processo do ganho de peso: muitas vezes os profissionais acham que somente o aumento do consumo alimentar e diminuição do gasto energético, ambos diário, são os principais responsáveis por isso. Existem inúmeros fatores que podem estar atrelados a isso: tipo de nutriente ingerido, grau de inflamação e sensibilidade desse nutriente em expressar proteínas via transcrição gênica (determinados açúcares, como lactose e alguns tipos de gordura), flora intestinal, entre outros.
2. A prática de exercícios físicos, é capaz de aumentar a taxa metabólica e consequente gasto de energia. Entretanto, existem diversas formas de otimização desse gasto através da manipulação das cargas e formas de se praticá-la, é importante ser orientado por um profissional de educação física.
3. O ganho de massa muscular, é essencial para aumentar a taxa metabólica de repouso, pois o músculo é o nosso tecido (muscular) mais metabolicamente ativo. Dietas restritivas, tem maior eficiência quando conjugadas com esse tipo de exercício físico.
4. Os aspectos psicológicos, são fundamentais para que a aderência ao programa de emagrecimento, seja assimilado, e como tempo transforme-se em hábito, isso é umas das tarefas mais difíceis a ser conquistadas, pois você comerá e se movimentará até o término de sua vida, ou seja, mudar um comportamento previamente adquirido é a chave do sucesso.
5. Metas pequenas e alcançáveis devem ser traçadas: a perda de peso deve ser gradual e acompanhada da modificação da morfologia corporal, são elas que vão mostrar ao seu hipotálamo que seu corpo está se adaptando e trabalhará num ritmo metabólico diferente. O chamado set point, é a forma que seu corpo desenvolveu para mediar o controle e modulação da atividade de diversos hormônios reguladores do metabolismo. O efeito sanfona, acontece quando a regulação desse controle não acontece ou a perda de peso é tão rápida que o corpo não consegue detectar essa nova realidade, e busca “trazer você” para aquele peso que antes apresentava.
Referências
Paes, S; Biachini, R; Mendonça, V. Fatores que influenciam o emagrecimento. Grupo Citius. 2018.
Paes, S. T.; Bianchini, R. M. Obesity: how can interventions ensure treatment success. International journal of endocrinology and metabolic disorders. v.1, n.4, 2015.